Minimalista, moderno e com um toque de ousadia, o wet hair, visual caracterizado pelo acabamento molhado e polido dos fios, consolidou-se como uma das principais apostas da temporada Primavera-Verão 2026 nas passarelas de Paris.
O estilo, que já havia aparecido discretamente em temporadas anteriores, retorna agora com força total — e em versões que vão do esportivo ao glamour de alta costura. O penteado é a tradução perfeita da estética contemporânea: prática, refinada e altamente versátil.
O sucesso do visual se deve à sua capacidade de se adaptar a diferentes propostas de moda. Nas mãos de hairstylists renomados, o wet hair surge como uma tela em branco para expressar sofisticação, sensualidade ou minimalismo, dependendo do conceito de cada grife.
O charme molhado das passarelas parisienses
Segundo a In Magazine, a temporada de desfiles trouxe interpretações diversas do wet hair, reforçando sua presença em marcas icônicas como Hermès, Alaïa, Balenciaga, Lacoste, Rabanne, Chloé, Mugler e Balmain.
Na Hermès, a diretora criativa Nadège Vanhee-Cybulski apresentou uma elegância equestre repaginada, com penteados polidos e brilho concentrado no topo. O hairstylist Gary Grill optou por fios penteados para trás e rabos baixos, refletindo o luxo atemporal da maison.
Já na Alaïa, o minimalismo foi protagonista. Sob a direção de Pieter Mulier e com os toques precisos do hairstylist Duffy, os cabelos surgiram super limpos e luminosos, reforçando a estética “clean girl” e o conceito de “luxo silencioso”.
Na Balenciaga, Pierpaolo Piccioli trouxe uma fusão ousada entre o glamour dos anos 1950 e o streetwear contemporâneo. Os fios milimetricamente alinhados à cabeça representaram a precisão e a provocação típicas da marca.
A Lacoste, sob Pelagia Kolotouros, apostou em uma abordagem esportiva-chique. O hairstylist Damien Boissinot criou um visual de contraste equilibrado: topo molhado, risca central marcada e pontas soltas — perfeito para o estilo pós-competição da coleção.
O mar foi inspiração para a Rabanne, de Julien Dossena, onde o efeito molhado apareceu mais natural e texturizado, evocando liberdade e frescor.
Já na Chloé, Chemena Kamali trouxe uma leitura nostálgica dos anos 1980, com topetes laterais e brilho intenso, equilibrando sensualidade e leveza.
Na Mugler, a estreia de Miguel Castro Freitas trouxe o glamour líquido das showgirls de Hollywood. O hairstylist Anthony Turner apostou em fios ultra polidos, rente ao couro cabeludo, traduzindo um luxo dramático e sofisticado.
Por fim, Balmain, sob Olivier Rousteing, encerrou a temporada com penteados que lembravam cabelos recém-saídos do mar, cheios de brilho e textura solar — uma ode à elegância mediterrânea.
Um reflexo do novo luxo contemporâneo
Mais do que uma simples tendência, o wet hair se consolida como uma expressão do novo luxo contemporâneo — aquele que valoriza o equilíbrio entre praticidade e refinamento. Seu apelo está na versatilidade: pode ser reproduzido em diferentes tipos de cabelo, adaptado a eventos formais ou ao dia a dia, sem perder a sofisticação.
O visual molhado representa uma beleza fluida e moderna, que celebra o brilho natural dos fios sem a rigidez de penteados convencionais. É um estilo que reflete o espírito de 2026: leve, autêntico e aberto a múltiplas interpretações.
Com essa nova fase nas passarelas, o wet hair reafirma que a verdadeira elegância está na simplicidade. Seja com coques rigorosos, rabos baixos ou fios soltos e luminosos, o efeito molhado é o símbolo de uma estética em constante evolução — onde o natural e o sofisticado caminham lado a lado, ditando o ritmo da beleza global.