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Vivienne Westwood, ícone indomável

Da rebeldia dos anos 70 às passarelas de hoje, o espírito punk e provocador de Vivienne Westwood continua a desafiar padrões e inspirar gerações.

Quando o assunto é punk, é impossível não pensar imediatamente em Vivienne Westwood. Seu legado como rainha do movimento é incontestável. Movida pelo desejo de revolução, ela redefiniu os rumos da moda de forma irreversível. Mesmo em versões mais suaves e contemporâneas, o espírito punk permanece vivo e o nome de Westwood segue ecoando nas passarelas.

Sua estética ousada, marcada por tartãs desconstruídos, alfinetes, corsets e críticas sociais, moldou não apenas uma geração, mas redefiniu o que significa fazer moda com propósito.

Westwood para sempre

Mesmo após sua partida, suas criações continuam a inspirar designers e consumidores que buscam mais do que beleza: querem atitude, identidade e rebeldia. O punk pode ter suavizado seus gritos, mas ainda ecoa nas silhuetas, nas estampas e no espírito contestador que Westwood eternizou.

Vestido de noiva por Westwood, Outono/Inverno de 1992/93. (Foto: reprodução/Pinterest)

Com alfinetes no lugar de botões e slogans onde antes havia bordados delicados, a artista costurou a rebeldia nas passarelas e deu voz à estética do inconformismo. Mais do que criadora de roupas, ela foi criadora de rupturas. Junto à efervescência do punk, que tomava conta de Londres nos anos 1970, Vivienne Westwood foi além de apenas vestir uma juventude inconformada, ela deu forma visual à sua rebeldia.

Sua moda nunca foi sobre tendências, mas sobre gritos silenciosos de resistência. Hoje, em plena era das redes sociais e da fast fashion, os reflexos da revolução de Vivienne Westwood ainda ressoam: estão presentes em um blazer desconstruído, em uma saia com atitude contestadora ou na postura de quem desafia padrões vazios.

O legado ainda vive

Falar sobre esse movimento também é falar sobre o Sex Pistols. Ao lado de Malcolm McLaren, então empresário da banda, Vivienne transformou uma pequena loja em Londres, a icônica “SEX“, no berço visual do punk britânico. Foi ali que a moda ganhou dentes afiados e uma estética provocadora, que casava perfeitamente com os acordes dissonantes dos Pistols. 

Embora, atualmente, o punk tenha assumido um tom mais contido, sua essência contestadora permanece viva, agora de forma mais sutil, por meio de silhuetas nada convencionais, combinações de cores ousadas e tecidos inesperados para determinadas ocasiões. 

Um exemplo claro são os vestidos de noiva da coleção de 2022 da hoje marca Vivienne Westwood®, que se tornaram os novos queridinhos entre celebridades. Com corsets pontiagudos e modelagens marcantes, as peças carregam atitude e identidade. Nomes como Lisa, do Blackpink, Demi Lovato e a brasileira Ísis Valverde foram algumas das figuras que adotaram esses vestidos icônicos.

Lisa, do Blackpink, em um dos vestidos da coleção de noivas de 2022 da marca. (Foto: reprodução/Pinterest)

Reverência à rainha

Como tributo à rainha do punk, uma exposição na Austrália vai destacar o impacto duradouro de Vivienne Westwood, unindo seu legado ao de outro ícone inovador da moda: Rei Kawakubo. A mostra promete revisitar o trabalho dessas duas criadoras que desafiaram convenções e transformaram a moda em um ato de ousadia e expressão única.

Vivienne Westwood, a rainha do punk. (Foto: reprodução/Pinterest)

Sem o impacto e a visão de Westwood e Kawakubo, a indústria jamais teria alcançado a liberdade criativa que conhecemos hoje. São nomes que não apenas vestiram gerações, mas redesenharam os caminhos da própria moda. 

Na passarela de inverno 2025, a marca de Westwood não desfilou apenas roupas, desfilou ideias. Entre corsets dramáticos, alfaiataria desconstruída e volumes teatrais, a marca reafirmou que o punk não envelhece, apenas muda de tom.

Coleção de Outono/Inverno da marca, por Kronthaler 2025. (Foto: reprodução/Pinterest)

Mesclando elementos históricos com a irreverência contemporânea, a coleção criada por Andreas Kronthaler se revela como verdadeira homenagem ao espírito criativo e caótico de Vivienne Westwood. Um inverno que não pede silêncio, mas, sim, expressão.

God Save the Queen: Vivienne Westwood nunca saiu de cena.