O vídeo de Felca coloca em pauta a exploração de crianças e adolescentes nas redes sociais. Publicado no YouTube pelo influenciador Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca, o conteúdo viralizou e já ultrapassa 32 milhões de visualizações nesta semana. A gravação denuncia casos de adultização e uso indevido de menores em conteúdos digitais, o que levou à desativação das contas de Hytalo Santos no Instagram e TikTok.

O vídeo que abalou as redes sociais
Com aproximadamente 50 minutos de duração, o vídeo aborda o conceito de adultização — quando crianças e adolescentes são expostos precocemente a comportamentos, responsabilidades e padrões estéticos do mundo adulto. Ele aponta casos em que influenciadores utilizam menores de idade em conteúdos sexualizados, muitas vezes com a conivência ou incentivo dos próprios pais.
Felca também alerta para o papel dos algoritmos das plataformas digitais, que amplificam e sugerem esse tipo de conteúdo, facilitando o acesso por redes criminosas, como grupos de pedofilia.
Hytalo Santos: o caso que gerou polêmica
Um dos principais alvos da denúncia é o influenciador digital Hytalo Santos, que soma mais de 20 milhões de seguidores. Conhecido por exibir uma vida de luxo e por se referir a jovens que o acompanham como “filhos”, ele é suspeito de submeter menores em situações que configuram exploração infantil, segundo Felca.

Hytalo já era investigado pelo Ministério Público da Paraíba. Após a repercussão, suas contas no Instagram e TikTok foram removidas, e o caso passou a ter mais visibilidade.
Kamylinha: a adolescente que gerou controvérsia
Entre as figuras mais frequentes nos conteúdos de Hytalo está Kamyla Maria Silva, a “Kamylinha”, de 17 anos. Em maio de 2025, ela anunciou sua gravidez em um vídeo publicado pelo influenciador, gerando críticas pela forma como o assunto foi tratado. Pouco tempo depois, Hytalo afirmou que ela sofreu um aborto espontâneo. O episódio provocou debates sobre exploração de imagem, gravidez na adolescência e busca por engajamento a qualquer custo.
Impactos psicológicos e sociais
A psicóloga Ana Beatriz Chamati, entrevistada no vídeo de Felca, destacou que a exposição precoce nas redes sociais pode gerar problemas emocionais graves, como ansiedade, depressão e distorção da imagem corporal. Ela explica que a exploração de crianças e adolescentes nas mídias digitais interfere no desenvolvimento saudável, prejudicando a formação da identidade e a capacidade de estabelecer limites.
Repercussão e ações legais
Após a publicação do youtuber, diversas entidades e órgãos governamentais se manifestaram. Parlamentares defenderam a criação de mecanismos que responsabilizem plataformas digitais, pais e responsáveis nesses casos de exploração.
Felca, por sua vez, anunciou que vai processar perfis que o difamaram durante a repercussão do caso, reforçando seu compromisso em defender os direitos das crianças e adolescentes.
Um alerta para pais e responsáveis
O vídeo de Felca evidencia que o problema é urgente e grave. Especialistas orientam que pais monitorem não apenas o conteúdo que seus filhos consomem, mas também o que publicam. Plataformas, por sua vez, devem investir em sistemas de moderação mais eficazes.
Garantir o direito à infância e preservar o desenvolvimento saudável é responsabilidade compartilhada entre famílias, sociedade e empresas de tecnologia.