Com mais de duas décadas de carreira, Vanessa da Mata segue surpreendendo e encantando o público com sua autenticidade, sensibilidade e potência artística. Após celebrar 20 anos de estrada com a turnê “Vem Doce”, a cantora e compositora mato-grossense estreia um novo capítulo em sua trajetória: a turnê “Todas Elas”, cuja estreia ocorreu com ingressos esgotados neste sábado (24), no Qualistage, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.
Uma carreira de identidade brasileira
Vanessa da Mata despontou no cenário musical brasileiro no início dos anos 2000, trazendo uma fusão original de MPB, reggae, pop e influências regionais. Com letras poéticas e voz marcante, conquistou o país com hits como “Ai, Ai, Ai…”, “Amado”, “Boa Sorte/Good Luck” (parceria com Ben Harper) e “Ainda Bem”. Suas composições, muitas vezes com temáticas sobre o amor, a natureza e a força feminina, a colocaram entre os nomes mais respeitados da música popular brasileira contemporânea.
Além de cantora, Vanessa é também compositora de outros artistas, como Maria Bethânia e Daniela Mercury, o que comprova sua versatilidade e domínio da palavra escrita e cantada. Seus álbuns transitam por diferentes estilos sem perder a essência que a tornou única: brasilidade, sensibilidade e engajamento emocional com o público.
“Todas Elas”: uma nova fase com múltiplas vozes
Com a nova turnê “Todas Elas”, Vanessa mergulha em uma proposta artística mais íntima e conceitual. O show, apresentado em primeira mão no Rio de Janeiro, é uma reverência à feminilidade, às múltiplas versões de si mesma e às diversas expressões da mulher brasileira. O palco lotado do Qualistage refletiu o entusiasmo do público por essa nova fase, marcada por inovação estética e emoção.
No repertório, a artista mistura faixas do disco recém-lançado — também intitulado “Todas Elas”— com sucessos consagrados de sua carreira, como “Boa Sorte”, “Amado” e “Ainda Bem”, em um espetáculo dirigido por Jorge Farjalla, também responsável pela direção de “Vem Doce”.
O álbum, lançado no último dia 12, reúne 11 faixas autorais, com participações de nomes como João Gomes, Jota.pê e Robert Glasper. Algumas músicas de destaque incluem “Demorou”, “Um Passeio Com Robert Glasper Pelo Brasil” e “Troco Tudo”, que abordam o feminino sob diferentes óticas — seja no amor, na força, na vulnerabilidade ou na liberdade.
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Vozes de muitas mulheres em uma só
Em suas próprias palavras, para o portal “Popline” Vanessa descreve o projeto como um espelho de sua própria pluralidade:
“Esse álbum poderia contar a história de várias mulheres. São várias mulheres dentro dele: mulheres que compõem a minha pessoa, as minhas facetas, os meus momentos, os momentos de grandes e boas ilusões e algumas desilusões.”
Essa abordagem múltipla da identidade feminina reflete um amadurecimento artístico que não teme explorar fragilidades, nem deixa de lado o vigor emocional que sempre caracterizou a obra da artista. A nova turnê e o álbum são, portanto, um convite à introspecção coletiva, feito por meio da arte sensível e potente de Vanessa da Mata.

Reconhecimento e continuidade
Vanessa da Mata mostra que, mesmo após 20 anos de carreira, sua arte continua atual, relevante e capaz de mobilizar plateias com força total. O sucesso da estreia de “Todas Elas” com ingressos esgotados comprova a conexão profunda entre artista e público — uma relação construída com talento, autenticidade e consistência ao longo dos anos.
Com novas músicas, nova estética e uma mensagem que ressoa com muitas mulheres, Vanessa reafirma sua posição como uma das grandes vozes da música brasileira contemporânea.

Além do apelo emocional e artístico, “Todas Elas” também reafirma o posicionamento de Vanessa da Mata como uma artista comprometida com causas sociais e com a valorização da cultura brasileira. Ao destacar a pluralidade feminina em suas letras e discursos, ela dá voz às histórias de mulheres de diferentes origens, trajetórias e vivências, reforçando a importância da representatividade na música popular. Essa abordagem não só aproxima a artista de seu público, como também fortalece sua relevância em um cenário musical em constante transformação, onde autenticidade e propósito se tornam cada vez mais essenciais.