“Vale Tudo”: O impacto da arte na justiça para mães solo

Novela “Vale Tudo” da Globo mostrou a força da teledramaturgia brasileira ao influenciar milhares de mães solo a procurar a justiça sobre pensão alimentícia
Atriz Ingrid Gaigher caracterizada de Lucimar para a novela vale Tudo
"Vale Tudo": O impacto da arte na justiça para mães solo. Reprodução/Instagram/@fernandaribasmanagement

O remake da novela “Vale Tudo“, exibido pela TV Globo, gerou uma onda de conscientização e ação entre mães solteiras em todo o Brasil. O motivo? Em uma marcante sequência da trama, a personagem Lucimar, vivida pela atriz Ingrid Gaigher, recorre à Defensoria Pública do Rio de Janeiro em busca de apoio jurídico para assegurar o direito à pensão alimentícia de seu filho. Segundo o enredo, o pai da criança se nega a cumprir com a responsabilidade desde o nascimento do menino.

A cena da novela mostrou Lucimar enfrentando o sistema e buscando seus direitos. A simplicidade e a veracidade da situação retratada na tela ressoaram profundamente com os telespectadores. Logo após a exibição do episódio, o aplicativo da Defensoria Pública do Rio de Janeiro registrou um aumento expressivo no número de acessos, refletindo o impacto imediato da cena entre o público.

Dados oficiais revelaram uma média de 4.500 acessos por minuto, totalizando cerca de 270 mil acessos em apenas uma hora sobre o tema da pensão alimentícia. Este aumento exponencial de interesse demonstra o poder do entretenimento em iluminar questões sociais urgentes e em inspirar ações concretas na vida real.

Tocada pela repercussão da cena, a atriz Ingrid Gaigher ressaltou em entrevistas a força que as novelas têm no Brasil como instrumento de conscientização. Ela revelou que a construção de Lucimar exigiu uma pesquisa minuciosa sobre a vida de diaristas e mães solo, visando retratar não apenas os desafios e a dor enfrentados por essas mulheres, mas também sua resiliência, criatividade e força diante das adversidades.

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O espelho da ficção na realidade brasileira

O impacto da cena de “Vale Tudo” vai muito além dos números de acesso. Ela tocou em uma ferida aberta na sociedade brasileira: a paternidade irresponsável e a luta diária de milhares de mães que, sozinhas, arcam com todas as despesas e responsabilidades da criação de seus filhos.

"Vale Tudo": O impacto da arte na justiça para mães solteiras
Vale Tudo tem o objetivo de abordar temas sociais. (Foto: reprodução/Instagram/@recine12)

A personagem Lucimar se tornou um símbolo de coragem e empoderamento para essas mulheres, mostrando que é possível e necessário buscar seus direitos. O remake de “Vale Tudo” traz como proposta a atualização de questões sociais à luz do cenário contemporâneo, tendo a maternidade solo como um de seus pilares centrais. A trama reflete uma realidade cada vez mais comum no Brasil: a das famílias monoparentais, majoritariamente lideradas por mulheres, que lidam com obstáculos econômicos e sociais significativos na busca por sustento, dignidade e reconhecimento.

Além de impulsionar a busca por orientações jurídicas, a repercussão da novela “Vale Tudo” também incentivou um debate público sobre a responsabilidade parental e o papel fundamental do sistema judiciário na garantia dos direitos e no cumprimento da legislação.

Muitas mulheres, que talvez sequer soubessem da existência da Defensoria Pública ou de seus direitos, foram incentivadas a procurar ajuda, desmistificando o processo legal e mostrando que a justiça é acessível a todos, independentemente de sua condição social.

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Como mães solteiras podem buscar seus direitos na Justiça

Para as mães solteiras inspiradas pela história de Lucimar de Vale Tudo e que desejam buscar a pensão alimentícia para seus filhos, o caminho judicial é o mais indicado. O primeiro passo é procurar a Defensoria Pública de seu estado ou um advogado particular. A Defensoria Pública oferece assistência jurídica gratuita para pessoas que não têm condições de pagar um advogado.

Ao buscar a Defensoria Pública, é importante levar todos os documentos que comprovem a filiação (certidão de nascimento da criança) e, se possível, qualquer evidência da paternidade e da capacidade financeira do pai (como comprovantes de renda, propriedades, etc.). Mesmo que não haja provas documentais da capacidade financeira, a Defensoria Pública orientará sobre como proceder.

O processo de pensão alimentícia pode envolver a tentativa de um acordo extrajudicial com o pai, ou, caso não seja possível, a abertura de um processo judicial. A pensão alimentícia é um direito da criança, visando garantir seu sustento, educação, saúde e lazer. A decisão sobre o valor da pensão leva em conta a necessidade da criança e a possibilidade de pagamento do pai.

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