A partir de setembro de 2025, salões de beleza na União Europeia estão proibidos de usar esmaltes em gel que contenham TPO (óxido de trimetilbenzoil difenilfosfina), ingrediente responsável por garantir o brilho e a durabilidade do acabamento semipermanente. A decisão foi tomada após a substância ser classificada como “cancerígena, mutagênica ou tóxica para a reprodução”, conforme informações divulgadas pela Vogue Brasil.
O TPO é amplamente utilizado na formulação dos géis profissionais que endurecem sob luz UV ou LED, permitindo que as unhas fiquem impecáveis por até três semanas. No entanto, estudos em animais sugerem que a substância pode comprometer a fertilidade e aumentar riscos de câncer. Por isso, a União Europeia optou por adotar uma postura preventiva e eliminar o uso do composto no setor de beleza.
Até a decisão, o TPO estava autorizado apenas em produtos profissionais, com limite máximo de 5% em sua composição. Agora, não há mais margem legal: salões devem descartar imediatamente os estoques existentes, sem prazo de adaptação ou exceções.
Impactos e diferenças no Brasil
É importante destacar que nem todos os esmaltes em gel contêm TPO, embora ele esteja presente na maioria das fórmulas profissionais usadas em salões brasileiros. Produtos vendidos em farmácias para uso doméstico, como top coats convencionais, não entram nessa categoria.
Segundo o veículo, a dermatologista Hannah Kopelman explicou ao portal Wellness Pulse que a decisão europeia foi motivada pelo princípio da precaução: “Ainda não existem estudos conclusivos em humanos, mas os riscos potenciais observados em animais justificam uma regulação mais rigorosa”.
Enquanto isso, no Brasil e nos Estados Unidos, o uso da substância segue permitido, e não há restrições formais quanto à sua presença em produtos cosméticos. No entanto, a discussão sobre possíveis riscos pode levar consumidores a repensarem suas escolhas e pressionar por alternativas mais seguras no mercado nacional.
Muito além da estética na proibição da União Europeia
Além da aplicação em cosméticos, o TPO também aparece em materiais odontológicos, como resinas de obturação. Entretanto, a proibição na União Europeia é restrita ao setor de beleza.
A medida reacende o debate sobre os limites da indústria estética e a necessidade de equilibrar inovação, beleza e saúde. Para as consumidoras brasileiras, fica o alerta: vale observar rótulos, questionar salões e, sempre que possível, optar por produtos certificados e com fórmulas transparentes.