Após uma batalha que durou seis anos, Taylor Swift finalmente conseguiu comprar de volta os direitos sobre seus primeiros seis álbuns, conquistando o controle total de seu catálogo musical. A artista compartilhou a conquista em uma carta publicada em seu site nesta sexta-feira (30), expressando gratidão a todos que estiveram ao seu lado durante a trajetória.
Taylor Swift fala sobre ter as músicas de volta
Em declaração publicada em seu site, Taylor Swift afirmou que realizar esse sonho representa um momento histórico em sua carreira. “Dizer que meu maior sonho se tornou realidade seria pouco“, disse a artista. Ela fez um agradecimento especial à equipe jurídica e à sua atual gravadora, a Republic Records, pelo apoio e colaboração para viabilizar a conquista.
Para a cantora, a conquista é um avanço e uma mensagem clara para todos os artistas: “vocês precisam ser donos de si mesmos. Amo muito todos vocês“, ressaltou, destacando a importância da autonomia artística.
O dinheiro investido na aquisição dos direitos não foi oficialmente revelado. No entanto, o jornal inglês The Guardian afirmou que rumores que indicavam valores entre US$ 600 milhões e US$ 1 bilhão são exagerados.
Entenda por que Taylor Swift não tinha os direitos de suas músicas antigas

O conflito iniciou em 2019, quando a gravadora Big Machine, que detinha os direitos dos seis primeiros álbuns de Taylor Swift, foi adquirida pelo empresário Scooter Braun, conhecido por gerenciar grandes artistas como Justin Bieber, Ariana Grande e Demi Lovato.
Taylor Swift já havia tornado pública a sua relação conturbada com Scooter Braun, alegando que foi vítima de comportamentos abusivos e intimidações por parte do empresário. A indignação da cantora aumentou ainda mais quando Braun vendeu o catálogo para a empresa Shamrock, fundada por Roy E. Disney, sobrinho de Walt Disney, por cerca de US$ 300 milhões, sem que Swift fosse consultada.
Ter os direitos sobre as gravações originais, conhecidas como masters, é fundamental, pois garante ao proprietário participação nos lucros do streaming e controle sobre o uso das músicas em filmes, comerciais e outros projetos. Como compositora, Taylor também possui direitos sobre as composições, mas a posse dos masters oferece um poder financeiro e estratégico ainda maior.
Uma cláusula do antigo contrato com a Big Machine permitiu que, a partir do final de 2020, Taylor Swift começasse a regravar suas músicas para recuperar o controle sobre seu repertório. Assim, nasceram as chamadas “Taylor’s Versions“.
Por que ela não lançou a regravação de “Reputation“?

Desde 2019, Taylor Swift vem se dedicando à regravação de seus álbuns antigos. Até o momento, já foram lançadas as novas versões de “Fearless“, “Red“, “Speak Now” e “1989“. Em relação ao álbum “Reputation“, a cantora revelou que a regravação ainda não foi concluída. “Nem um quarto dele eu regravei“, escreveu. Segundo ela, o disco é muito pessoal e ligado a um momento específico de sua vida, o que tornou o processo mais difícil.
“Para ser honesta, é o único álbum entre os seis primeiros que eu sentia que não poderia ser melhorado com uma regravação, nem as músicas, nem as fotos, nem os vídeos. Por isso, fui adiando“, explicou.
A situação enfrentada por Taylor Swift, de não controlar seus primeiros trabalhos, não é incomum na indústria musical. Artistas como Prince e Michael Jackson também protagonizaram disputas semelhantes por seus catálogos.
O que diferencia a estratégia de Taylor Swift é a forma inovadora e lucrativa com que ela contornou o problema, usando as regravações para recuperar seu legado e incentivar outros artistas a lutarem pela autonomia sobre seus trabalhos.