O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a implementação de tarifas recíprocas sobre produtos importados nesta quarta-feira (2). A medida, que intensifica a guerra comercial, estabeleceu taxas para todos os produtos importados.
Entenda a medida
As tarifas recíprocas representam uma estratégia de retaliação comercial, na qual os Estados Unidos impõem taxas sobre produtos importados em resposta a impostos similares aplicados por outros países a produtos americanos.
Trump argumenta que essa medida reequilibrará o comércio global e reduzirá o déficit comercial dos EUA, uma vez que, segundo o presidente, muitos países enriquecem às custas deles ao adotarem tarifas maiores que as cobradas pelos americanos.

A partir do dia 5 de abril, uma tarifa base de 10% será aplicada a todas as importações para os Estados Unidos. Além disso, a partir do dia 9 de abril, taxas mais elevadas serão impostas aos países com os maiores déficits comerciais com os EUA. Essas taxas adicionais serão calculadas com base nas tarifas que esses países impõem aos produtos americanos.
Intitulado “Dia da Libertação“, Trump declara que essa iniciativa emancipará os Estados Unidos do domínio de produtos estrangeiros.“Por décadas, nosso país tem sido roubado e explorado por outros países”, afirmou o presidente.
Reação dos líderes mundiais
As reações dos líderes mundiais às tarifas de Trump foram marcadas por preocupação e críticas à medida. Mark Carney, primeiro-ministro canadense, declarou que as taxas mútuas “mudarão fundamentalmente o sistema de comércio internacional”. O Canadá, embora isento das tarifas recíprocas anunciadas, ainda enfrenta uma tarifa de 25% sobre bens não cobertos pelo tratado de livre comércio entre Canadá, México e Estados Unidos (USMCA).
Na Austrália, o primeiro-ministro Anthony Albanese expressou preocupação com os efeitos das tarifas sobre a população americana, afirmando que “é o povo norte-americano que pagará o maior preço por essas tarifas injustificadas” e que seu governo não buscará impor taxas recíprocas, evitando o que, segundo ele, é uma “corrida ao fundo do poço que leva a preços mais altos e crescimento mais lento”.
Líderes europeus também expressaram preocupação. O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchéz, declarou que a Espanha protegerá suas empresas e trabalhadores e continuará comprometida com um mundo aberto. O primeiro-ministro sueco, Ulf Kristerson, expressou o desejo de evitar barreiras comerciais crescentes e uma guerra comercial, buscando um caminho de comércio e cooperação com os EUA.
Na Irlanda, o primeiro-ministro Micheál Martin considerou “profundamente lamentável” a decisão dos EUA de impor tarifas de 20% sobre as importações da União Europeia. Martin afirmou que ninguém será beneficiado com essas taxas e que sua prioridade é proteger a economia da Irlanda e os empregos em seu país.