A ginasta Rebeca Andrade, maior medalhista olímpica da história do Brasil, anunciou nesta terça-feira (12 de agosto de 2025), durante a Rio Innovation Week, que não competirá mais na prova de solo — a mais exigente fisicamente na ginástica artística. Com 21 anos de carreira e um histórico de cinco cirurgias nos joelhos e nos pés, a decisão busca preservar sua saúde e garantir longevidade competitiva até, pelo menos, as Olimpíadas de Los Angeles de 2028.
O fim de um ciclo no solo
Rebeca confirmou que o solo se tornou insustentável para seu corpo após anos de alto rendimento. Foram cinco procedimentos cirúrgicos no joelho, além de operações nos dois pés, que deixaram claro que a prova, marcada por aterrissagens de alto impacto, traz um desgaste irreversível. “Eu não vou mais fazer solo; o solo é o que causa mais impacto… Foram cinco cirurgias no joelho, uma em cada pé. Isso vai me fazer continuar treinando por mais tempo”, explicou, lembrando que já havia sinalizado essa possibilidade ainda em Paris 2024.

Estratégia para seguir no topo
Longe de encerrar a carreira, a campeã olímpica traça um novo planejamento. Rebeca confirmou presença no Campeonato Mundial de Ginástica Artística 2025, em outubro, na Indonésia, e estabeleceu como grandes metas os Mundiais de 2026 e 2027 — este último classificatório para Los Angeles 2028.
“Este ano estou cuidando mais da minha saúde física e mental, não estou treinando tão forte. Isso é crucial para os próximos anos, temos pelo menos mais uma Olimpíada pela frente”, afirmou. A partir de agora, o trabalho será voltado para salto, barras assimétricas, trave e o individual geral, com treinos adaptados para reduzir o impacto.

Legado e representatividade
A decisão não apaga o brilho de sua última participação no solo, coroada com o ouro em Paris 2024. Naquele pódio histórico, Rebeca dividiu espaço com as americanas Simone Biles e Jordan Chiles, três mulheres negras celebrando juntas no topo do esporte. O gesto espontâneo de reverência das rivais e o clima de respeito marcaram o momento. “Ela [Biles] se sentou do meu lado, falou que gostava muito de mim… Claro que a gente quer ganhar, mas o clima não é hostil”, relembrou a brasileira, ressaltando o valor simbólico dessa união para o mundo da ginástica.
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Com foco renovado, Rebeca Andrade se prepara para escrever outro capítulo de sua trajetória. Sua ausência no solo muda o cenário das competições, mas sua presença nos demais aparelhos segue sendo uma das maiores atrações do circuito internacional. Carisma, técnica e resiliência continuam sendo suas marcas registradas, alimentando a expectativa de que novas conquistas virão — e, possivelmente, mais medalhas para ampliar um legado que já é histórico.