A Fifa já iniciou articulações para definir a sede do Mundial de Clubes de 2029, e o Qatar desponta como o principal favorito. Segundo apuração da CNN Brasil, a combinação entre a moderna infraestrutura herdada da Copa do Mundo de 2022 e o compromisso com a sustentabilidade — com proposta de um evento de emissão neutra de carbono — fortalece a candidatura asiática frente a rivais como Brasil, Espanha e Marrocos.
Estrutura pronta e proposta ecológica
Com nove estádios de Copa prontos e seis ainda em uso constante, o Qatar oferece logística e estrutura operacional já testadas em um dos maiores eventos esportivos do planeta. Diferentemente do modelo mais disperso e territorialmente amplo adotado pelos Estados Unidos em 2025, a candidatura do Qatar defende uma versão compacta e sustentável, prometendo neutralidade de carbono na operação do torneio.
Ainda assim, a proposta esbarra em uma exigência técnica: disputar o campeonato no inverno local, o que implica transferi-lo para dezembro de 2029. Isso gera resistência entre federações europeias, que consideram o impacto negativo em seus calendários domésticos, como La Liga e Premier League.

Brasil apresenta argumentos estratégicos e apoio local
Mesmo em posição secundária, o Brasil tem demonstrado mobilização intensa para sediar o Mundial. A candidatura ganhou força com a atuação direta da CBF e do presidente Samir Xaud, que já discutiu o tema com Gianni Infantino, líder da FIFA.
A excelente recepção do público brasileiro durante o Mundial de 2025, somada à experiência acumulada na Copa do Mundo de 2014, Copa América de 2019 e, em breve, Copa do Mundo Feminina de 2027, servem como base de convencimento da candidatura nacional.

Porto Alegre, por exemplo, já formalizou o interesse junto à CBF, destacando estádios preparados, capacidade hoteleira e histórico positivo de organização de grandes eventos esportivos.
Espanha e Marrocos: parcerias e geopolítica esportiva
Na Europa e no norte da África, Espanha, Marrocos e Portugal mantêm uma candidatura simbiótica. A aliança aposta no Mundial de Clubes como um ensaio técnico e promocional para a Copa do Mundo de 2030, que será coorganizada por esses países.
A Fifa vê com bons olhos a integração regional e o fortalecimento do futebol africano e europeu fora do eixo Alemanha-Inglaterra-França. Ainda assim, a candidatura conjunta carece de consenso logístico definitivo e enfrenta dúvidas sobre divisão de sedes e estrutura unificada.
O que pesa na decisão da FIFA?
A escolha da sede do Mundial de Clubes envolve múltiplos fatores:
- Infraestrutura pronta e testada (ponto forte do Qatar)
- Legado esportivo e engajamento do público local (destaque do Brasil)
- Potencial de audiência e influência de federações continentais (vantagem para Europa e Marrocos)
- Compromissos ambientais e visibilidade institucional da FIFA (prioridade em todos os projetos recentes da entidade).
Até o momento, a FIFA não oficializou a sede nem divulgou prazos definitivos para a decisão, mas espera-se que o anúncio ocorra até o segundo semestre de 2026, respeitando os ciclos de planejamento de infraestrutura, calendário e marketing global.
O Qatar larga na frente na corrida pela organização do Mundial de Clubes de 2029, mas o jogo ainda está aberto. O Brasil aposta em sua paixão popular e legado organizacional para conquistar apoio interno e externo. Espanha e Marrocos trazem um trunfo geopolítico e organizacional com foco na Copa de 2030. A decisão da FIFA será estratégica, e envolverá mais do que apenas estádios: será um reflexo do futuro que a entidade quer para o futebol global.