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Com intensos protestos de jovens, o presidente de Madagascar foge do país

Presidente de Madagascar foge do país após intensos protestos liderados por jovens

Nesta segunda-feira (13), o governo de Madagascar comunicou oficialmente que o presidente Andry Rajoelina fugiu do país após os militares rebeldes assumirem as forças armadas. A fuga se dá em um contexto de intensos protestos de jovens do país, que duram desde o dia 25 de setembro. Esse mesmo movimento também ocorre em outros países, como Nepal, Peru, Indonésia e Quênia. A fuga do presidente aconteceu pela adesão de parte do exército madagascarense às manifestações realizadas.

Protestos pelo país

Desde o final de setembro, intensos protestos ocorrem no país, mobilizados principalmente por jovens nas redes sociais. As motivações vão desde a falta de perspectiva dos jovens em relação a oportunidades de emprego até cortes constantes de água e energia no país. No país africano, 42% dos jovens até 35 anos estão procurando trabalho. Desde o primeiro dia de protesto, houve 22 mortes, ocorridas principalmente por confrontos de forças policiais com manifestantes.

Os protestos ganharam adesão de parte dos militares das forças armadas do país, o que gerou ainda mais tensão e preocupação por parte dos governantes, ocasionando a debandada do presidente do país africano no domingo. A união entre manifestantes e setores do Exército foi decisiva para desestabilizar o governo, que já enfrentava forte pressão popular. Com a renúncia de Rajoelina, abre-se um novo capítulo na história política de Madagascar, marcado pela expectativa de reformas profundas e incerteza.

Protestos realizados pela juventude ao redor do mundo

O movimento em Madagascar não é um caso isolado. Países como Nepal, Peru, Indonésia e Quênia também têm registrado protestos liderados por jovens, todos impulsionados por situações parecidas, como: desemprego, corrupção e desigualdade social; em cada um desses contextos, a Geração Z tem se destacado por sua capacidade de articulação digital e criatividade na mobilização.

Essas manifestações revelam uma tendência global: a juventude está assumindo um papel central na luta por mudanças estruturais. Com o apoio das redes sociais, esses movimentos ultrapassam fronteiras e inspiram novas formas de engajamento político, se mostrando a principal força de protesto desses países. Esse movimento tende a se espalhar por ainda mais locais. No Brasil, algo semelhante ocorreu em 2013, o que culminou em uma onda de protestos até 2016, quando ocorreu o impeachment da então presidente Dilma Rousseff.