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Presidente do Equador sofre tentativa de assassinato

Daniel Noboa, presidente do Equador, teve sua comitiva atacada nesta terça-feira (07)

Na última terça-feira (07), Daniel Noboa, presidente do Equador, sofreu uma tentativa de assassinato enquanto se dirigia à província de Cañar, a 400 km de Quito, capital equatoriana. O mandatário iria anunciar a construção de uma estação de tratamento no local. Quando o carro do presidente chegava no local, 500 pessoas cercaram o veículo, com pedras atiradas e ataques. Segundo a ministra de infraestrutura, Inés María Manzano, o carro também tinha marcas de tiro. A tentativa de atentado se dá em um contexto de intensos protestos no país.

Protestos no Equador

A tentativa de assassinato contra o presidente Daniel Noboa ocorre em meio a uma onda de protestos que se intensificou nas últimas semanas. As manifestações têm como principal motivação o corte nos subsídios ao diesel, medida que elevou o preço do combustível de US$ 1,80 para US$ 2,80 por galão. Os protestos estão sendo convocados pela Confederação das Nacionalidade Indígenas do Equador (Conaie). O aumento impactou diretamente trabalhadores do campo, especialmente agricultores e pecuaristas, o que gerou prejuízos diários estimados em US$ 1 milhão apenas no setor de floricultura.

As manifestações começaram no dia 22 de setembro, desde então, o Equador vive um cenário de crise política e tensão. Manifestantes bloquearam rodovias em todo o país e entraram em confronto com forças policiais. Com a escalada da violência, o governo decretou estado de exceção em 10 províncias do país, incluindo Pichincha, que abriga a capital Quito. Com duas semanas de protesto, 150 pessoas foram feridas, 12 foram acusadas de terrorismo e houve uma vítima fatal, além de centenas de detidos. Principal organizadora dos protestos, a Conaie acusa o governo de repressão e militarização dos territórios indígenas, enquanto Noboa afirma que não voltará atrás na decisão, alegando que os subsídios beneficiavam atividades ilícitas como o contrabando e a mineração ilegal.

Reações e impacto político

A tentativa de assassinato gerou forte repercussão nacional e internacional. O governo reforçou o esquema de segurança e estuda ampliar o estado de exceção, enquanto presidentes de outros países da América Latina condenaram o ataque. Noboa, que enfrenta resistência por medidas como o corte de subsídios ao diesel, vê sua gestão pressionada por uma crise que mistura insatisfação popular, violência e instabilidade institucional. O episódio pode marcar um divisor de águas, exigindo do presidente habilidade para conter a escalada e retomar o diálogo com os setores sociais.