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“Precisamos Falar”: Marjorie Estiano brilha em drama nacional intenso

"Precisamos Falar" é o filme brasileiro que chega com força aos festivais internacionais

Aposta ousada do cinema nacional

O cinema brasileiro volta a chamar atenção no cenário internacional. “Precisamos Falar“, novo longa da Conspiração e Globo Filmes, com direção de Pedro Waddington e Rebeca Diniz, ganhou espaço na programação do “Festival de Cinema Latino-Americano de Biarritz“, na França, um dos eventos mais prestigiados da região. A presença no festival ressalta a força do longa e marca mais um passo na sua trajetória por mostras e eventos de peso.

Quando o drama invade o lar

A trama se concentra em dois casais da elite carioca — Sandra (Marjorie Estiano) e Paulo (Alexandre Nero), além de Celso (Emílio de Mello) e Anna (Hermila Guedes). A vida confortável de ambos desmorona quando eles descobrem que seus filhos adolescentes cometeram um ato de violência extrema: após uma festa, os jovens assassinam uma mulher em situação de rua que dormia em um caixa eletrônico.

O crime é registrado pela câmera de segurança do banco, mas sem imagens claras que revelem os rostos. Mesmo assim, o caso explode na mídia. Quando os pais se deparam com a verdade, precisam encarar uma questão devastadora: proteger os filhos ou entregá-los à justiça? O silêncio, a cumplicidade e a culpa se tornam protagonistas da narrativa.

Da literatura para as telas

O roteiro é inspirado no best-seller “O Jantar”, de Herman Koch, obra que já ganhou adaptações na Holanda, Itália, Estados Unidos e Coreia do Sul, onde recebeu o título “Uma Família Normal“. A versão brasileira, porém, vai além da transposição cultural: o longa conversa diretamente com produções que exploram a violência juvenil e seus reflexos familiares, como a série “Adolescência” e o perturbador “Precisamos Falar sobre Kevin“.

Pôster oficial de "Precisamos Falar", dirigido por Pedro Waddington e Rebeca Diniz. (Foto: Conspiração Filmes)
Pôster oficial de “Precisamos Falar”, dirigido por Pedro Waddington e Rebeca Diniz. (Foto: Conspiração Filmes)

Aqui, a ficção encontra ecos dolorosos na vida real. O caso do indígena Galdino, queimado vivo em 1997 por cinco jovens de classe média em Brasília, e o episódio deste ano, em que um adolescente ateou fogo em um morador de rua como se fosse “apenas diversão”. Nesse sentido, “Precisamos falar” reflete um problema que atravessa gerações no Brasil: a banalização da violência contra os mais vulneráveis.

Na rota dos festivais internacionais

Após estrear no Festival do Rio e marcar presença na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo em 2024, o drama segue ganhando espaço fora do país. A próxima exibição será no dia 20 de setembro, no Festival de Biarritz. Embora ainda não haja previsão de lançamento nos cinemas brasileiros, a expectativa em torno da obra só cresce.