Uma operação deflagrada pela Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (28) trouxe à tona um esquema complexo de espionagem e homicídios sob encomenda, com anotações que citam nominalmente ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin.
O grupo, autodenominado “Comando C4”, uma sigla para “Comando de Caça a Comunistas, Corruptos e Criminosos”, atuava como uma agência de extermínio e espionagem, cobrando valores exorbitantes para monitorar e até mesmo assassinar autoridades.
Autorizada pelo ministro Cristiano Zanin, a operação, autorizada pelo próprio ministro Cristiano Zanin, desdobra-se de uma investigação anterior focada na venda de sentenças no Superior Tribunal de Justiça (STJ). As autoridades revelaram que o “Comando C4” operava com uma espécie de “tabela de preços” para seus serviços: R$ 250 mil para ministros do STF, R$ 150 mil para senadores e R$ 100 mil para deputados.
Cinco integrantes foram presos, incluindo militares da ativa, da reserva e civis, o que indica uma rede com ramificações em diferentes esferas. As anotações descobertas contêm nomes dos ministros de Moraes e Zanin, e também do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ex-presidente do Senado.
Investigação e os próximos passos
As investigações estão em estágio inicial e seguem sob sigilo, fundamental para preservar a integridade das provas e o sucesso das próximas fases da operação. As anotações apreendidas, embora citem os nomes das autoridades, ainda não detalham o tipo de ação específica que o grupo planejava contra elas.
Esse é um dos principais focos da PF no momento: decifrar as intenções e o alcance dos planos do “Comando C4”. Cautela é a palavra de ordem entre os envolvidos. O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, expressou essa posição ao afirmar que “não é hora, ainda, de formular conclusões”, ressaltando a necessidade de aguardar o avanço das apurações.

A complexidade do caso exige uma investigação minuciosa, que inclua a análise de equipamentos eletrônicos, registros de comunicação e a oitiva dos envolvidos. O objetivo é mapear toda a cadeia de comando do grupo, identificar eventuais mandantes e compreender as motivações por trás dos planos.
Implicações para a segurança pública
A revelação da existência de um grupo de extermínio com capacidade e intenção de atacar autoridades públicas de alto escalão acende um alerta vermelho para a segurança nacional. Este episódio sublinha a necessidade de constante vigilância e aprimoramento das estratégias de inteligência para coibir a atuação de organizações criminosas que buscam desestabilizar o Estado de Direito.
A Operação da PF não se limita apenas à prisão dos envolvidos; ela lança luz sobre os subterrâneos da criminalidade organizada que busca influenciar o cenário político e jurídico do país. A atuação da Polícia Federal nesse caso reforça o compromisso das instituições em defender a democracia e garantir a segurança de seus representantes.