Um tema já explorado, mas ainda impactante
A Netflix continua ampliando seu catálogo de documentários criminais, gênero que já se tornou uma espécie de marca registrada da plataforma. Ainda que muitos desses títulos sigam fórmulas semelhantes, vez ou outra surge uma produção que consegue prender a atenção do público pelo teor absurdo da história. É exatamente o que acontece em “Número Desconhecido: Catfishing na Escola“, novo lançamento que mergulha em uma trama de assédio virtual em uma comunidade norte-americana.
Cyberbullying em foco
O documentário acompanha o drama de Lauryn Licari e Owen McKenny, dois adolescentes de 13 anos que, de repente, passam a receber mensagens de um remetente misterioso. O que no início parece uma brincadeira de mau gosto logo se transforma em perseguição constante. As mensagens anônimas ganham tom agressivo, sexualmente explícito e, em alguns momentos, chegam a sugerir que os jovens atentem contra a própria vida. Durante mais de um ano, a rotina do casal, considerado popular na escola, é destruída por essa comunicação abusiva.
A força da narrativa
Um dos trunfos da produção está na forma de contar a história. As mensagens originais são exibidas na tela, reforçando o realismo da narrativa e criando um ritmo ágil, semelhante ao consumo de redes sociais. O filme não se alonga em episódios múltiplos, como acontece em outras séries do gênero, e entrega a trama de maneira objetiva, sem perder intensidade. O resultado é uma experiência que deixa o espectador preso até a última revelação.
A virada inesperada
A grande reviravolta chega quando a identidade do autor das mensagens é finalmente é revelada. O desfecho, perturbador e surpreendente, tem sido o principal motivo da repercussão nas redes sociais, que transformaram o documentário em um dos assuntos mais comentados do momento. A descoberta não apenas choca pelo inusitado, mas também abre espaço para reflexões sobre os limites da crueldade no mundo digital.
Entre o raso e o necessário
Segundo o jornalista do site Omelete, Thiago Romariz, embora impactante, a obra não se aprofunda em debates sobre as causas sociais do bullying ou sobre o papel das plataformas digitais na prevenção desse tipo de violência. O foco é o choque da história em si. Ainda assim, o impacto emocional que provoca é inegável e cumpre o papel de provocar discussões sobre segurança digital e saúde mental entre adolescentes.