O Náutico apresenta em 2025 um dos ataques mais equilibrados dos últimos anos na Série C. Com 70% dos gols marcados por seis atletas diferentes — contra apenas quatro na temporada passada —, o time comandado por Hélio dos Anjos chega às últimas três rodadas da primeira fase com uma produção ofensiva mais distribuída, imprevisível e menos vulnerável a ausências pontuais. A mudança de perfil evidencia evolução tática e reforça a confiança para a reta final da competição.
Ampliando a revolução ofensiva: mais jogadores em cena
Em 2024, o Náutico dependia fortemente de um núcleo reduzido de artilheiros para garantir seus resultados. Quatro atletas concentravam 70% dos gols da equipe, tornando a estratégia ofensiva mais previsível e facilitando a marcação dos adversários. Essa concentração também aumentava os riscos: uma suspensão ou lesão de um dos principais nomes comprometia diretamente o rendimento ofensivo.

Neste ano, a história mudou. Seis jogadores já alcançaram juntos a mesma fatia de 70% dos gols do time, revelando não apenas maior diversidade de opções no ataque, mas também a consolidação de um modelo de jogo que valoriza a participação coletiva. Para a comissão técnica, o ganho não é apenas estatístico, mas estratégico.
De acordo com os analistas do clube, a preparação desde a pré-temporada foi direcionada para ampliar a mobilidade ofensiva, as infiltrações por diferentes setores e o número de atletas capazes de finalizar. Laterais passaram a ser estimulados a chegar mais à área, enquanto os meias foram orientados a arriscar mais de fora.
Contexto estratégico e projeções até o fim da Série C
A presença de seis artilheiros relevantes amplia o leque de soluções e oferece segurança para eventuais ausências por suspensão, lesão ou desgaste físico — fatores comuns no calendário apertado da Série C, que exige jogos em gramados variados e viagens desgastantes. Essa diversidade torna o Náutico menos previsível e fortalece sua capacidade de adaptação diante de diferentes estilos de adversários.
- Leia Mais: Yago Dora e Ítalo Ferreira representam o Brasil na briga pelo título no WSL Finals 2025 em Fiji
Com três partidas ainda por disputar na primeira fase, existe a possibilidade de aumentar ainda mais essa distribuição de gols. A expectativa é que outros jogadores entrem na lista de artilheiros, reforçando a identidade coletiva que vem sendo construída. O clube pode, inclusive, encerrar a fase inicial com um número recorde de atletas decisivos.

Esse padrão ofensivo também influencia como o Náutico se prepara para jogos decisivos. Contra defesas mais fechadas, laterais e meias têm aparecido com frequência para finalizar jogadas trabalhadas de aproximação. Já diante de adversários que deixam espaços, atacantes de velocidade exploram o contra-ataque e criam chances de forma mais direta.
Se avançar ao mata-mata, a equipe levará consigo um arsenal ofensivo mais versátil do que em temporadas anteriores, capaz de surpreender adversários de diferentes perfis. Para a torcida, que sofreu com a instabilidade de campanhas recentes, a atual distribuição de gols representa não só eficiência em campo, mas também uma esperança renovada de acesso à Série B.