Um adeus tranquilo em Utah
O cinema mundial perdeu, nesta terça-feira (16), uma de suas figuras mais emblemáticas. Robert Redford morreu aos 89 anos em sua casa, em Utah, enquanto dormia. A morte foi confirmada por Cindi Berger, diretora-executiva da agência de atores Rogers & Cowan PMK. A notícia abalou Hollywood, mas também despertou uma onda de homenagens vindas de diferentes partes do mundo. Não foram apenas os fãs que se despediram de Redford: diretores, atores e jovens cineastas lembraram sua influência, dentro e fora das telas. Um deles foi Stephen King.
“Robert Redford morreu. Ele foi parte da nova e animadora Hollywood nos anos 1970 e 1980. Difícil de acreditar que ele já tinha 89 anos.”
Robert Redford has passed away. He was part of a new and exciting Hollywood in the 70s and 80s. Hard to believe he was 89.
— Stephen King (@StephenKing) September 16, 2025
O ator, que virou referência de elegância
Galã absoluto das décadas de 1960 e 1970, Redford não se contentou em ser apenas o rosto bonito de filmes de sucesso. Ele interpretou personagens que marcaram gerações, de “Butch Cassidy” (1969) a “Todos os Homens do Presidente“(1976). Seu estilo discreto e sua presença magnética o transformaram em um dos atores mais respeitados de sua época.
No início dos anos 1980, decidiu mudar de posição atrás das câmeras. Seu primeiro longa como diretor, “Gente como a Gente“, venceu o Oscar de Melhor Direção em 1981, abrindo uma segunda carreira tão brilhante quanto a primeira.
Muito além de Hollywood
Redford nunca se limitou ao circuito comercial. Foi dele a iniciativa de criar o Instituto Sundance, na década de 1980, uma organização sem fins lucrativos que se tornou referência no cinema independente. O festival ligado ao instituto deu visibilidade a diretores que mais tarde se tornariam nomes centrais da indústria.
A paixão pelo oeste americano também o levou ao ativismo ambiental. Desde que se mudou para Utah, o ator lutava pela preservação das paisagens naturais da região. Entre os holofotes e os debates ecológicos, Redford construía pontes entre duas dimensões aparentemente distantes: a arte e a consciência com a sustentabilidade.
Vida pessoal marcada por alegrias e perdas
Na vida íntima, Redford experimentou tanto conquistas quanto dores profundas. Foi pai de quatro filhos, mas perdeu dois deles — uma tragédia que o marcou intensamente. Com a esposa, Sibylle Szaggars, artista alemã com quem viveu seus últimos anos, encontrou serenidade após décadas de intensa atividade profissional.
O legado que permanece
A morte de Robert Redford não significa um fim, mas a continuidade de uma obra espalhada por diferentes frentes: filmes memoráveis, um festival que ainda hoje descobre novos talentos e uma luta pela causa ambiental que inspirou gerações.
Demi Moore, que atuou com o ator em “Proposta Indecente“, também o homenageou no Instagram. “O mundo perdeu um incrível ator, diretor, marido, pai, amigo… O legado de Robert continuará vivo para sempre de muitas maneiras e guardarei as muitas memórias que compartilhamos perto do meu coração. O que eu faria por só mais uma dança“, disse ela, compartilhando uma cena do filme.
Seus papéis e suas iniciativas transformaram o modo como olhamos para o cinema. Mais do que um ator premiado, Redford foi um visionário que soube equilibrar prestígio, engajamento e integridade. E é por isso que, mesmo depois do último close, sua presença ainda ilumina a tela da memória coletiva.