Após o encerramento da novela “Vale Tudo“, exibida pela TV Globo, o ator Luis Melo falou com franqueza sobre o sentimento de insatisfação em relação à trajetória de seu personagem, Bartolomeu. Em entrevista recente ao podcast Ser Artista, o veterano compartilhou suas percepções sobre o trabalho e reconheceu que esperava um espaço maior para desenvolver o papel.
Entre o empenho e a frustração
Conhecido por sua dedicação a cada projeto, Melo afirmou que mergulhou no personagem com entusiasmo, mas acabou se sentindo limitado pelo rumo que a trama tomou. Segundo ele, a sensação de “poder fazer mais” o acompanhou ao longo das gravações. “Não foi uma experiência ruim, mas ficou aquela vontade de ir além”, refletiu o ator.
Mesmo assim, ele garantiu que não transformou a frustração em amargura. “Entendo que uma novela é um organismo vivo, sujeito a mudanças. Só senti que havia mais potência ali”, disse.
Pausa nos projetos paralelos
Durante a entrevista, Melo também revelou que recusou convites e suspendeu outros trabalhos enquanto estava envolvido com a novela. O objetivo era dedicar-se integralmente ao papel, o que aumenta o peso da decepção.
O olhar de quem encerra um ciclo
Com o fim de “Vale Tudo“, exibido em 17 de outubro, o ator disse que cada personagem deixa um aprendizado, ainda que o resultado não corresponda às expectativas iniciais.
Tanto Luis Melo quanto sua colega de elenco, Taís Araújo, fizeram um balanço crítico de suas experiências. A atriz também destacou em entrevista que a trama marcou uma fase importante em sua carreira, apesar de discordar sobre o rumo que a autora Manuela Dias deu para sua personagem.

Um retrato dos bastidores da teledramaturgia
As declarações de Melo e Taís Araújo revelam um aspecto pouco visível ao público: a tensão entre o comprometimento artístico e as decisões criativas das produções televisivas. A sinceridade de ambos evidencia o quanto o trabalho de um ator vai além da atuação em cena: envolve entrega, escolhas e, muitas vezes, a frustração de ver um personagem com potencial não ser totalmente explorado.

