O ex-presidente Jair Bolsonaro começa a ser julgado nesta terça-feira (02), às 09:00 da manhã, pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ele e mais sete réus são julgados por trama golpista. Bolsonaro foi denunciado por cinco crimes: Organização Criminosa Armada; Tentativa de Abolição Violenta do Estado Democrático de Direito; Golpe de Estado; Deterioração do Patrimônio Tombado e Dano Qualificado por Violência e Grave Ameaça contra o Patrimônio da União.
Negação de Bolsonaro na trama golpista
Em interrogatório ao STF, em junho, o ex-mandatário negou que tenha tramado um golpe após o resultado das eleições de 2022, mas, em suas palavras, houve discussão de “alternativas”. O processo engloba os cinco crimes citados, mas cada um será julgado separadamente pela primeira turma do STF.
Entre os outros réus do processos, destaca-se Alexandre Ramagem, ex-Diretor Geral da Abin e Deputado Federal pelo mesmo partido de Jair Bolsonaro, e Braga Netto, militar e ex- Ministro da Defesa do mandato de Bolsonaro (2019-2022). Pela primeira vez, um ex-presidente e militares de alta patente respondem criminalmente por uma tentativa de ruptura democrática no Brasil.
Um dos primeiros casos investigados pela PGR (Procuradoria Geral da República) sobre a suposta tentativa de rompimento com o Estado Democrático se refere a uma reunião ocorrida em junho de 2022, antes das eleições, na qual o ex-presidente teria fomentado seus ministros a atacar o sistema eleitoral brasileiro.
Meses após esse episódio, Bolsonaro também foi denunciado pela PGR por ter conhecimento sobre um plano chamado “Punhal Verde e Amarelo”, de autoria de Mario Fernandes, general da reserva, que continha planos de execução do presidente Lula, do vice Geraldo Alckmin e do Ministro do STF, Alexandre de Moraes. A defesa do ex-mandatário nega o envolvimento.
Envolvimento no 8 de janeiro
A denúncia feita contra o ex-mandatário também engloba uma possível mobilização do ex-presidente para que ocorresse a invasão ao Congresso Nacional. Segundo a Procuradoria Geral da República, o tom de Bolsonaro após perder as eleições de 2022 serviu de motor para que seus militantes cometessem os atos de 8 de janeiro de 2023. Após o pleito, vários apoiadores do ex-presidente estavam acampados em vários locais do Brasil, incluindo a capital Brasília, onde estavam localizados no setor militar da cidade.
A defesa do ex-presidente nega o envolvimento na organização dos atos.

