Irmãos Menendez: entenda a possível liberdade condicional

Uma nova sentença proferida nesta terça-feira (13) pode abrir caminho para liberdade condicional dos Irmãos Menendez após 35 anos na prisão por assassinato
Foto antiga dos irmãos menendez
Irmãos Menendez: Entenda a possível liberdade condicional. Reprodução/Instagram/@metropoles

Os irmãos Erik e Lyle Menendez receberam uma nova sentença que os torna elegíveis para liberdade condicional, 35 anos após serem presos pelos assassinatos de seus pais em 1989.

A decisão foi proferida nesta terça-feira (13) pelo juiz da Suprema Corte do Condado de Los Angeles, Michael Jesic, ao final do primeiro dia de uma audiência de dois dias sobre a nova sentença. Inicialmente sentenciados, em 1996, a duas prisões perpétuas consecutivas, que lhes negavam qualquer chance de liberdade condicional, os irmãos agora estão sujeitos a uma nova pena que varia de 50 anos até a prisão perpétua.

Mantidos sob custódia desde 1990, Erik, agora com 54 anos, e Lyle, com 57, sempre alegaram ter agido em legítima defesa após anos de abusos físicos, emocionais e sexuais cometidos por seu pai, José Menendez. Essa alegação foi um ponto central em seus julgamentos, que se tornaram um fenômeno cultural na década de 1990.

A decisão do juiz Jesic não iliba os irmãos dos assassinatos, mas reconhece o tempo significativo que cumpriram e abre a possibilidade de serem reintegrados à sociedade.

Caminho para a liberdade?

A reavaliação da sentença aconteceu após uma recomendação feita no ano passado pelo ex-promotor do Condado de Los Angeles, George Gascón. No entanto, seu sucessor, Nathan Hochman, se opôs à nova sentença, argumentando que os irmãos nunca admitiram ter fabricado suas alegações de abuso e legítima defesa.

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Irmãos Menendez: Entenda a possível liberdade condicional
Irmãos Menendez estão presos desde 1990. (Foto: reprodução/Instagram/Metropoles)

Mesmo com a oposição do Ministério Público, o juiz Jesic optou por uma nova sentença, destacando a complexidade do caso e o apoio dos familiares das vítimas à libertação dos irmãos.

A elegibilidade para liberdade condicional não garante a libertação imediata dos irmãos Menendez. O conselho estadual de condicional e o governador da Califórnia ainda não definiram se irão autorizar a liberação.

Uma audiência perante o conselho de liberdade condicional já está marcada para o dia 13 de junho, em decorrência de uma solicitação independente feita pelos irmãos. Além da nova sentença, Erik e Lyle procuram o perdão do governador Gavin Newsom, que possui a prerrogativa de reduzir suas penas. Eles também formalizaram um pedido de habeas corpus, buscando um novo julgamento sob a alegação de terem surgido novas provas relacionadas aos abusos que sofreram.

Nova sentença abre a possibilidade dos irmãos Menendez saírem da prisão pela primeira vez em 30 anos. (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Apoio familiar

Durante a audiência, familiares dos irmãos Menendez testemunharam em seu favor, pedindo ao juiz que levasse em consideração o tempo que cumpriram, o remorso demonstrado e os esforços de reabilitação na prisão.

A prima Anamaria Baralt declarou: “Só queremos que isso acabe”. Outra prima, Diane Hernandez, que morou com a família Menendez, descreveu José como um homem intimidador e aterrorizante, pedindo misericórdia ao juiz e afirmando que os irmãos são “seres humanos extraordinários neste momento”.

Além disso, a defesa também destacou os esforços de reabilitação dos irmãos na prisão. Erik fundou diversos programas prisionais, incluindo um grupo de apoio para detentos com deficiência e idosos, enquanto Lyle criou um programa de embelezamento que arrecadou mais de US$ 250.000 para melhorar as áreas verdes da prisão. Esses esforços foram apresentados como evidência de que os irmãos se tornaram indivíduos diferentes ao longo dos anos de encarceramento.

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Apesar do apoio familiar e dos relatos de reabilitação, a promotoria questionou a sinceridade do remorso dos irmãos, apontando para o fato de que Lyle admitiu ter pedido a uma namorada para mentir sobre os abusos. Além disso, Hochman citou avaliações de risco recentes que indicaram que os irmãos representariam um risco “moderado” de violência se fossem libertados e mencionou violações de telefone celular cometidas por ambos na prisão.

Embora a liberdade condicional ainda não esteja garantida, a nova sentença oferece a Erik e Lyle uma chance concreta de saírem da prisão pela primeira vez em mais de 30 anos.

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