Restrição em Harvard: Trump proíbe estudantes estrangeiros

Medida do governo americano suspende a certificação do programa de intercâmbio de Harvard, afetando milhares de estudantes e desafiando a autonomia da instituição
Donald Trump em discurso
Restrição em Harvard: Trump proíbe estudantes estrangeiros. Reprodução/Instagram/@realdonaldtrump

A Universidade de Harvard, uma das instituições de ensino mais prestigiadas do mundo, encontra-se no centro de uma tempestade política e acadêmica após a recente decisão do governo Trump de revogar sua permissão para matricular estudantes internacionais.

Anunciada em 22 de maio de 2025 pelo Departamento de Segurança Interna dos EUA, a medida cancelou a certificação do Programa de Estudantes e Visitantes de Intercâmbio (SEVP) de Harvard, e impede que a universidade aceite novos alunos de outros países e ainda coloca em risco a situação dos estudantes estrangeiros que já fazem parte de seu corpo discente.

Essa medida impacta diretamente uma grande parte da comunidade universitária, visto que aproximadamente 27% dos alunos de Harvard, totalizando 6.793 estudantes, vêm de outros países. A ação gerou uma forte reação da universidade, que a classificou como “ilegal” e prometeu defender sua capacidade de acolher a diversidade de talentos de mais de 140 países.

Restrição em Harvard: Trump proíbe estudantes estrangeiros
27% dos alunos de Harvard são estrangeiros. (Foto: reprodução/Instagram/@harvard)

Histórico de tensões e conflitos

A proibição imposta por Trump não ocorre isoladamente; ela está inserida em um cenário de tensões crescentes entre seu governo e as universidades de elite dos Estados Unidos. O conflito com Harvard, em especial, ganhou força no mês anterior, após o congelamento de US$ 2,2 bilhões em recursos federais por parte da administração.

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Na ocasião, Harvard havia se recusado a atender às exigências da Casa Branca, incluindo a reforma de seu programa de estudantes internacionais. Essa negativa posicionou Harvard como a primeira grande instituição acadêmica a se opor publicamente às novas diretrizes impostas pelo governo Trump.

A Secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, foi clara ao afirmar que a revogação da certificação SEVP impede Harvard de matricular “estrangeiros com status de não imigrante F ou J” para o próximo ano letivo. Isso implica que estudantes estrangeiros nessa situação precisarão se matricular em outra instituição credenciada para preservar seu status de não imigrante nos Estados Unidos.

Disputa se intensificou desde o congelamento de verbas da universidade. (Vídeo: reprodução/YouTube/UOL)

Impactos diretos e indiretos no Brasil

Embora a decisão seja centrada nos Estados Unidos, seus impactos reverberam globalmente, e o Brasil não é exceção. Milhares de estudantes brasileiros têm o sonho de estudar em universidades americanas, e Harvard é, para muitos, o ápice dessa aspiração. 

A incerteza gerada pela proibição pode desestimular novos candidatos a buscar intercâmbios ou matrículas nos EUA, levando-os a reconsiderar outros destinos. O Brasil, que tem investido na internacionalização de suas próprias universidades, pode se deparar com um cenário complexo. 

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Se, por um lado, o endurecimento das regras americanas pode potencialmente redirecionar parte desse fluxo de estudantes para outros países, por outro, a instabilidade generalizada nas políticas de mobilidade acadêmica pode afetar a percepção de segurança e atratividade do intercâmbio em geral.

A medida pode forçar universidades brasileiras a revisitar e fortalecer suas estratégias para atrair e reter talentos, garantindo que o país permaneça como um polo de pesquisa e formação, independentemente das oscilações políticas internacionais.

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