Com uma estimativa de 130 quilos e enfrentando graves problemas de mobilidade, Francisco Cuoco, ícone da teledramaturgia brasileira, com trabalhos em “Selva de Pedra” e “O Astro“, vive recluso em seu apartamento na Zona Sul de São Paulo. Ele necessita de ajuda para atividades básicas, como tomar banho e se locomover.
A situação do ator, agravada por uma infecção nos rins e ansiedade, serve como um triste, porém necessário, lembrete de que a obesidade não é apenas uma questão estética, mas uma doença crônica que afeta milhões e compromete seriamente a qualidade de vida e a saúde.
Os riscos invisíveis do excesso de peso
A obesidade é uma epidemia global e, no Brasil, não é diferente. Dados recentes indicam que mais da metade da população adulta está acima do peso, e a porcentagem de pessoas com obesidade vem crescendo continuamente. O caso de Francisco, com infecção nos rins e dificuldades de locomoção atribuídas ao excesso de peso, ilustra os riscos multifacetados dessa doença.
Além de comprometer os rins e o sistema musculoesquelético, ela está fortemente associada a diversas doenças graves, como problemas cardiovasculares (incluindo infarto e AVC), diabetes tipo 2, pressão alta, vários tipos de câncer, distúrbios do sono como a apneia e complicações nas articulações. O excesso de peso impõe uma carga adicional sobre as articulações, especialmente nos joelhos e quadris, que pode resultar em dores persistentes e, em casos mais severos, como o de Cuoco, na perda da capacidade de caminhar ou de permanecer em pé sem apoio.

A saúde mental também é afetada. Como, por exemplo, a ansiedade, mencionada no caso do ator, é um transtorno que pode tanto ser agravado pela obesidade quanto contribuir para o ganho de peso. Adicionalmente, o preconceito social e a autopercepção negativa frequentemente ligados ao excesso de peso podem causar efeitos psicológicos profundos.
Uma doença complexa
A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica a obesidade como uma questão de saúde pública de grande relevância e uma epidemia em escala mundial. A doença possui múltiplas causas que vão além da simples ingestão excessiva de alimentos. Fatores genéticos, metabólicos, hormonais, ambientais, socioeconômicos e psicológicos desempenham um papel crucial em seu desenvolvimento.
A falta de acesso a alimentos saudáveis, a rotina sedentária imposta pela vida moderna, o estresse e a ansiedade são apenas alguns dos elementos que contribuem para o avanço dessa condição.