Hoje, os jovens ao redor do mundo são menos felizes. O Relatório Mundial da Felicidade de 2025 mostrou que a juventude sofreu uma reviravolta no quesito felicidade, antes essa era uma das fases mais felizes da vida, porém, agora, essa é a faixa etária com menor sensação de bem-estar.
O que causa a baixa felicidade?
Desemprego, mudanças climáticas, guerras e conflitos ao redor do mundo, alta inflação e saúde mental são alguns dos fatores que influenciam a baixa felicidade entre os jovens, pessoas entre 15 e 29 anos.
No Brasil, a taxa de desemprego entre os jovens foi de 14,2% no primeiro trimestre de 2024, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O site de notícias ICL aponta que os jovens brasileiros que estão empregados ocupam posições de baixa complexidade e baixo salário.
Outra questão que preocupa os jovens são as mudanças climáticas. De acordo com a pesquisa da Anistia Internacional, esse é o problema mais citado entre os jovens de 18 a 25 anos. No Brasil, sete a cada dez jovens compreendem a gravidade das mudanças climáticas e do aquecimento global, aponta a Tracking Sintonia com a Sociedade da Amostra Nacional ABC.
No entanto, essa preocupação gera outro problema: a ansiedade climática. A Associação Americana de Psicologia (APA) define essa ansiedade como um medo crônico de sofrer um cataclismo ambiental após observar as mudanças climáticas e se preocupar com o futuro. A pesquisa Tracking Sintonia com a Sociedade da Amostra Nacional ABC mostrou que os principais sentimentos dos jovens com relação ao clima são negativos, com destaque para um sentimento: o medo.
Nesse sentido, a saúde mental não é uma questão apenas entre os jovens, ansiedade, depressão e outras doenças afetam toda a sociedade, porém a juventude é uma grande vítima. O estudo divulgado pela Deutsche Welle (DW) mostrou que, entre americanos de 12 a 25 anos, houve um total de 221 milhões de prescrições de antidepressivos.
Ranking da Felicidade
O World Happiness, ranking da felicidade, é um relatório produzido em parceria entre a Organização das Nações Unidas (ONU), o instituto de pesquisa Gallup e a universidade de Oxford, no Reino Unido. Neste ranking, os Estados Unidos ocupam a 24º posição entre os países mais felizes, porém, segundo o pesquisador do Centro de Pesquisa de Bem-Estar da Universidade de Oxford, se a pesquisa considerasse apenas os jovens, os norte-americanos não estariam no top 60.
O pesquisador diz, em entrevista à DW divulgada pelo G1, que a solidão é crescente entre os jovens e que compartilhar refeições e viver com famílias maiores são ações que impactam positivamente no bem-estar. Essa conclusão também foi feita pela ONU no relatório que apontou que os lares entre 4 e 5 pessoas estão entre os mais felizes no México e na Europa.
“Os jovens de hoje têm duas vezes mais probabilidade de jantar sozinhos em comparação a há duas décadas atrás”, diz De Neve. Os dados também mostram que a falta de conexões sociais impacta na polarização política, as pessoas infelizes têm mais chances de votar em candidatos que se colocam como ‘antissistema’.
