Uma trajetória marcada por autenticidade
A sétima arte se despede de uma de suas figuras mais icônicas. Diane Keaton, atriz, diretora e produtora norte-americana, faleceu neste sábado (11), aos 79 anos. A informação foi confirmada pela revista People, citando um comunicado oficial da família, que pediu discrição e respeito neste momento de luto.
Com um carisma inconfundível e uma presença que unia força e leveza, Diane Keaton marcou gerações com atuações memoráveis e uma personalidade que sempre desafiou convenções.
Mãe dedicada de dois filhos adotivos, Dexter e Duke, ela construiu uma vida pautada pela independência — pessoal e profissional —, sendo uma das poucas estrelas de Hollywood que escolheu seguir o caminho da maternidade sem o casamento.
Os últimos meses: reclusão, saúde abalada e despedida simbólica
Nos últimos meses, segundo informações divulgadas pela CNN Brasil, Diane enfrentava uma piora repentina em seu estado de saúde. A deterioração foi tão súbita que surpreendeu familiares e amigos próximos, levando-a a adotar uma postura mais reservada.
Durante esse período, a atriz também decidiu vender sua famosa residência em Los Angeles, conhecida como “a casa dos sonhos”, avaliada em cerca de 29 milhões de dólares.
A decisão de se desfazer da casa, localizada no bairro de Brentwood, foi vista como um gesto simbólico. Adquirida em 2017, a propriedade era considerada seu refúgio, com cinco suítes, sete banheiros e um design idealizado por ela mesma. Keaton chegou a lançar um livro inspirado nesse lar, “The House That Pinterest Built” (“A Casa que o Pinterest Construiu”, em tradução livre), em que descreveu a residência como um projeto guiado pela imaginação e pela estética artesanal.
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Da Broadway a Hollywood
Nascida na Califórnia, Keaton iniciou sua carreira nos palcos, com uma sólida formação no teatro. Sua estreia nas telonas ocorreu em “As Mil Faces do Amor” (1970), abrindo portas para um futuro brilhante na indústria cinematográfica.
O grande salto veio dois anos depois, em “O Poderoso Chefão” (1972), no papel de Kay Adams-Corleone, a esposa de Michael Corleone (Al Pacino). A personagem, presente nas sequências da trilogia, consolidou a atriz como uma das vozes femininas mais marcantes do cinema americano dos anos 1970.
A parceria com Woody Allen e o Oscar
Outro marco decisivo na carreira de Keaton foi sua longa colaboração com Woody Allen. O primeiro encontro artístico entre os dois ocorreu em “Sonhos de um Sedutor” (1972), seguido por uma série de produções que redefiniram a comédia romântica, culminando no aclamado “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa” (1977). O papel rendeu a Diane o Oscar de Melhor Atriz, consagrando-a definitivamente em Hollywood.
Uma mulher à frente de seu tempo
Fora das telas, Diane Keaton era conhecida por seu estilo único — ternos, chapéus e uma elegância que nunca se encaixava nos padrões. Em entrevistas, costumava refletir sobre a liberdade feminina e o direito de viver sem rótulos. “Um dia, um rapaz me disse que eu seria uma ótima esposa. Eu pensei: não quero ser uma esposa”, relembrou em tom bem-humorado certa vez.
Keaton deixa um legado inestimável, não apenas como atriz, mas como símbolo de autenticidade e coragem. Sua voz e seu talento continuam ecoando no cinema, inspirando novas gerações de artistas e espectadores.