Nesta quinta-feira (09), a CPMI do INSS, que investiga os descontos irregulares nos benefícios dos aposentados, recebe Milton Baptista de Souza Filho, presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (SINDNAPI), que consta na investigação da polícia federal como uma das entidades ligadas ao esquema de desvio. O sindicato é ligado a Frei Chico, irmão do presidente Lula, diretor vice-presidente da entidade. A convocação do sindicalista foi rejeitada até o momento.
O que está sendo investigado?
Segundo a investigação da Polícia Federal, o sindicato teve uma crescente de 564% nos valores recebidos pelo INSS a partir do início dos descontos. A entidade saiu de R$ 23,2 milhões em 2020 para R$ 154,7 milhões em 2024. Apesar do SINDNAPI constar entre as empresas envolvidas, Frei Chico não está entre os nomes investigados.
Início da sessão
Na primeira parte da sessão, que já está em andamento, os parlamentares membros da CPMI votaram requerimentos e um pedido para a convocação de Paulo Bodens, ex-assessor do presidente do Senado Federal Davi Alcolumbre, que recebeu dinheiro de empresa investigada. O pedido foi negado, com os parlamentares ligados ao governo vencendo a votação.
Logo no início da sessão, Milton recebeu um direito de silêncio, autorizado por Flávio Dino, Ministro do Supremo Tribunal Federal, que assegura o depoente a não responder perguntas que possam o incriminar. Até o momento, Milton foi o único convocado para a CPMI que não se apresentou ao chegar no local. No início da manhã, a Polícia Federal foi à sede do SINDNAPI e na casa de Milton, mas o presidente já estava no Senado para a CPMI. O advogado colocou a visita como um motivo para o silêncio do depoente durante a oitiva.
Pedidos de Prisão na CPMI
Até o momento, a CPMI do INSS aprovou 21 pedidos de prisão preventiva contra investigados envolvidos no esquema de fraudes bilionárias que atingiram aposentados e pensionistas por meio de descontos indevidos em benefícios previdenciários. Os pedidos foram apresentados pelo relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), e encaminhados ao Supremo Tribunal Federal (STF).