Na última terça-feira (02), os militares americanos que se encontram perto da Venezuela derrubaram uma embarcação venezuelana perto do Caribe. Segundo o governo dos EUA, o barco estava a caminho do país norte-americano carregado de drogas. O ataque pode escalar a tensão entre Estados Unidos e Venezuela e seus mandatários, Donald Trump e Nicolás Maduro. No último mês, os Estados Unidos enviaram embarcações militares para a costa da Venezuela.
Linha do tempo da tensão militar
A relação tensa entre Donald Trump e Nicolás Maduro não é de hoje e vem desde o primeiro mandato do presidente americano. Em 2017, Trump falou em uma possível opção militar para o país sul-americano, justificando a possível ação pela grave situação financeira e governamental da Venezuela. Dois anos depois, Nicolás Maduro rompeu relações institucionais com os Estados Unidos, após Juan Guaidó, deputado de oposição e ex-candidato à presidência da Venezuela, se autoproclamar presidente da Venezuela, com reconhecimento americano.
Em 2020, os Estados Unidos fizeram uma acusação formal a Nicolás Maduro, por narco terrorismo, além de oferecerem uma recompensa de US$ 15 milhões por informações que ajudassem na captura do líder venezuelano.
Após o fim do primeiro mandato de Trump em 2021, a relação entre os dois países ficou mais amena, até o segundo mandato do republicano, eleito em 2024.
Aumento da recompensa e envio de tropas
Antes do ataque à embarcação venezuelana nesta semana, houve uma série de acontecimentos que ampliaram a tensão entre as duas nações. Em agosto de 2025, os EUA aumentaram a recompensa por informações sobre Maduro para cerca de US$ 50 milhões de Dólares, com a justificativa de que o líder da Venezuela seria membro de uma facção criminosa venezuelana e representaria uma ameaça para a segurança americana. A Venezuela considerou as declarações como “tolas”, em discurso do comandante das Forças Armadas do país.
Alguns dias depois, os Estados Unidos enviaram tropas militares para as cercanias da costa venezuelana, para combater cartéis de drogas da região, segundo os americanos. Essa ação ocorreu após Trump assinar um ofício autorizando a atuação militar dos EUA em combate a facções criminosas em países da América do Sul.
Após o envio, Karoline Leavitt, porta-voz do governo dos Estados Unidos, afirmou que o país vai utilizar força máxima contra o regime venezuelano, e acusou Maduro de ser o chefe de uma organização narco terrorista e de ser um “presidente ilegítimo”, por não reconhecer o resultado das últimas eleições da Venezuela. Após a declaração, o líder venezuelano mobilizou 4,5 milhões de milicianos em resposta à chamada “ameaça” americana.
Já neste mês, a Venezuela enviou uma carta à ONU, exigindo que a organização barre a operação militar americana perto da costa venezuelana, classificando a ação como “gravíssima”.