Em documento divulgado nesta quinta-feira (18), a nova Diretriz Brasileira de Pressão Arterial 2025 mudou a classificação da hipertensão, que agora passa a ser diagnosticada a partir da pressão 12 por 8. Com a mudança, milhões de brasileiros podem ser enquadrados na categoria de pré-hipertensão, o que exige acompanhamento mais próximo e foco na prevenção.
De acordo com dados da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde, na antiga classificação, 27,9% da população brasileira sofria com hipertensão. Esse número deve subir com a mudança de categorização.
Impacto da mudança
A mudança segue o padrão das diretrizes internacionais, divulgadas no Congresso Europeu de Cardiologia de 2024. Para os autores do documento, o monitoramento de doenças como infarto e AVC é mais eficaz com a redução da classificação de hipertensão. Além disso, o relatório europeu também estabelece a meta de reduzir o risco cardiovascular global.
Outra preocupação da mudança no Brasil é em relação ao Sistema Único de Saúde (SUS), que acompanha 75% dos brasileiros considerados hipertensos. O relatório possui um guia para os profissionais. As recomendações passam pela priorização de medicamentos já disponíveis, garantir protocolos de acompanhamento profissional e estimular o monitoramento. A superlotação também é uma situação que a diretriz busca evitar, com o guia especializado para médicos do SUS. Outro índice que o relatório apresenta é o pouco conhecimento das doenças. Na configuração atual, 40% dos hipertensos não possuem ciência do diagnóstico.
Foco a saúde feminina
As novas diretrizes também possuem um grande foco para a saúde feminina relacionada à hipertensão, com orientações voltadas às mulheres e com atenção às fases em que a doença pode ficar mais suscetível a aparecer. De acordo com o relatório, mulheres que estejam em processo de gestação ou tiveram hipertensão nesse período são mais suscetíveis a ter a doença. Outras condições também foram apresentadas, como o uso de anticoncepcional e a pré-menopausa.