Os cardeais da Igreja Católica se reuniram nesta segunda-feira (28) para o primeiro encontro oficial após a cerimônia fúnebre do Papa Francisco. O objetivo foi deliberar e definir a data para o início do conclave, o encontro onde será eleito o próximo líder do catolicismo global.
A Capela Sistina, local histórico do século XVI que tradicionalmente sedia os conclaves, já foi fechada ao público nesta segunda-feira. O fechamento é para os preparativos logísticos e de segurança para a realização da eleição.
A história recente sugere que o processo de eleição pode ser relativamente rápido: os dois últimos, realizados em 2005 para eleger Bento XVI e em 2013 para eleger o próprio Papa Francisco, duraram apenas dois dias cada.

Entenda o Conclave
Este é o procedimento oficial estabelecido pela Igreja Católica para a escolha de um novo Papa. Após a morte ou renúncia de um pontífice, o Colégio de Cardeais se reúne em um local isolado, tradicionalmente a Capela Sistina, para realizar a votação. A palavra “conclave” deriva do latim “cum clave“, que significa “com chave“, referindo-se ao isolamento dos cardeais do mundo exterior durante o processo eleitoral.
A participação no conclave é restrita aos cardeais com menos de 80 anos na data da Sé vacante (o período entre o fim de um papado e o início de outro). Atualmente, cerca de 135 cardeais atendem a esse critério e são elegíveis para participar da votação.
Expectativas para a eleição do novo Pontífice
O período que antecede o conclave é caracterizado por manifestações das diversas correntes de pensamento dentro do catolicismo. O cardeal alemão Walter Kasper, que não participa da eleição, expressou ao jornal La Repubblica que, em sua opinião, o luto pela morte de Francisco sinaliza um desejo dos católicos de que o próximo Papa continue o estilo reformista de seu antecessor.
Francisco, o primeiro Papa latino-americano, buscou abrir a Igreja a novos diálogos, abordando temas sensíveis como a ordenação de mulheres e a inclusão de católicos LGBTQIA+.