Carlo Ancelotti deixou claro que o principal desafio da Seleção Brasileira, às vésperas da Copa do Mundo de 2026, vai além da tática: é a postura em campo. Em coletiva realizada em Seul, na Coreia do Sul, o técnico italiano afirmou que, apesar da necessidade de aprimorar o trabalho estratégico, o sucesso da equipe depende sobretudo da atitude e da entrega dos jogadores.
Segundo informações do Globo Esporte, Ancelotti reconheceu as dificuldades impostas pelo curto tempo de preparação entre as Datas Fifa, mas ressaltou que o comprometimento e a mentalidade dos atletas podem suprir essa limitação.
“A parte mais importante não é a estratégia, é a atitude dos jogadores no campo. Para isso, não é preciso muito tempo para preparar”, afirmou o treinador.
Essa filosofia reflete uma característica marcante do técnico: a valorização da responsabilidade individual um em contexto coletivo. Ancelotti quer ver a Seleção jogando com intensidade e confiança, buscando traduzir o talento natural dos brasileiros em eficiência e resultados concretos.
Na atual fase de preparação, o Brasil enfrentará a Coreia do Sul nesta sexta-feira (10), no Seul World Cup Stadium, e o Japão na próxima terça (14), em Tóquio. Os amistosos servirão como testes fundamentais para consolidar a formação e ajustar o desempenho ofensivo, que, segundo o treinador, ainda precisa evoluir.
Sistema defensivo sólido e talento ofensivo em foco na Seleção
O treinador elogiou o comportamento defensivo da Seleção nas últimas partidas, destacando que o time mostrou consistência e organização. O Brasil defendeu-se bem nos jogos de junho e setembro, atuando de maneira “compacta, unida e intensa”, como afirmou Ancelotti. O desafio agora, segundo ele, é equilibrar essa segurança com um jogo ofensivo mais criativo e eficaz.
O técnico variou o esquema tático em suas quatro partidas no comando: utilizou o 4-2-4 nas vitórias sobre Paraguai e Chile, e o 4-3-3 no empate com o Equador e na derrota para a Bolívia. No entanto, para o duelo contra a Coreia, o time deve retomar o sistema com quatro atacantes, incluindo nomes que Ancelotti já conhece bem do Real Madrid — Éder Militão, Casemiro, Rodrygo e Vinícius Júnior.
Essa base madrilenha pode ser um trunfo, já que oferece entrosamento e compreensão mútua entre os jogadores. Ainda assim, o técnico reforça que o foco não deve estar apenas em esquemas ou nomes, mas na atitude e na busca constante pela vitória.
“A equipe tem que mostrar a qualidade individual que tem, e temos muita. É preciso jogar um bom futebol. Você pode jogar com quatro, com três, com cinco no ataque… não muda muito”, explicou o treinador ao Globo Esporte.
Confiança e ambiente positivo para a Copa destaca Carlo Ancelotti
Além dos aspectos técnicos, Ancelotti fez questão de exaltar o bom ambiente da Seleção. Ele acredita que o clima de união e o comprometimento dos atletas serão determinantes para o sucesso na Copa do Mundo. Segundo o treinador, os jogadores estão motivados e conscientes da importância de pensar coletivamente.
“Quero jogadores que pensem em estar no Mundial para vencer e não para serem os melhores do mundo”, declarou o italiano.
A volta de Éder Militão, recuperado de lesão, é outro ponto positivo destacado por Ancelotti. O zagueiro, que vive grande fase no Real Madrid, é visto como uma peça essencial na defesa e um exemplo de superação.
Ao enfrentar equipes asiáticas, o treinador vê uma oportunidade de preparar o grupo para adversários com estilos variados, reforçando o aprendizado coletivo e o fortalecimento psicológico da equipe.
A Seleção Brasileira, sob o comando de Carlo Ancelotti, parece seguir um caminho de reconstrução fundamentado em dois pilares: a disciplina tática e a atitude vencedora. O técnico quer um Brasil competitivo, criativo e emocionalmente forte — um time que não dependa apenas de talento, mas que saiba usá-lo com propósito e determinação rumo à Copa do Mundo de 2026.