Em clima de expectativa e acompanhado por ampla cobertura da imprensa internacional, Carlo Ancelotti, 65 anos, desembarcou no Brasil na noite deste domingo (25) para dar início, de forma oficial, à sua jornada no comando da Seleção Brasileira. O técnico italiano foi recepcionado por torcedores, membros da nova diretoria da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e uma comitiva de jornalistas que transformou o desembarque no Aeroporto Internacional Tom Jobim em um evento midiático.
A agenda de Ancelotti já começa com um marco: sua apresentação oficial ocorre nesta segunda-feira (26) em um hotel da Zona Oeste do Rio de Janeiro, em uma coletiva histórica. Estima-se a presença de mais de 200 jornalistas credenciados, representando veículos de oito países — incluindo Itália, Espanha, Estados Unidos, Alemanha, Japão, Chile, Emirados Árabes e, claro, o Brasil. O alto número de pedidos de credenciamento, que ultrapassou 500 solicitações, é um exemplo do interesse global na nova fase da Seleção Brasileira e do técnico.
Coletiva oficial e primeira convocação com foco na Copa de 2026
A apresentação pública de Carlo Ancelotti não será apenas protocolar. Durante o evento, o técnico revelará sua primeira lista de convocados, por volta das 15h, já com foco nas duas próximas partidas das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026.
O primeiro compromisso oficial dele à frente da equipe será em 5 de junho, contra o Equador, em Guayaquil. Cinco dias depois, a Seleção recebe o Paraguai na Neo Química Arena, em São Paulo. Ambos os jogos são considerados fundamentais não apenas em termos de pontuação, mas para definir o tom do novo ciclo sob sua liderança.
A expectativa da CBF é que a chegada de Ancelotti traga equilíbrio tático, disciplina coletiva e eficiência ofensiva à equipe nacional. Seu histórico no futebol europeu é repleto de conquistas e sua experiência em comandar elencos com grandes estrelas é vista como um trunfo importante neste novo momento.
Fim de ciclo no Real Madrid e início de novo desafio na carreira
O técnico desembarca no Brasil após encerrar com êxito sua segunda passagem pelo Real Madrid. No sábado anterior, o treinador se despediu do clube merengue com uma vitória por 2 a 0 sobre a Real Sociedad, selando mais uma temporada de conquistas. Durante sua passagem pelo Real Madrid, Carlo Ancelotti construiu um currículo vitorioso, conquistando dois títulos da Liga dos Campeões da UEFA, dois campeonatos da LaLiga, além da Supercopa da UEFA, Supercopa da Espanha, Copa do Rei, Mundial de Clubes e Copa Intercontinental.

Com um currículo que inclui passagens bem-sucedidas por clubes como Milan, Chelsea, Bayern de Munique e PSG, Ancelotti assume agora um desafio inédito em sua carreira: comandar uma seleção nacional. A Copa do Mundo de 2026, a ser disputada nos Estados Unidos, México e Canadá, é o principal foco deste novo ciclo.
Desafios técnicos e reconstrução da identidade da Seleção
O projeto liderado por ele vai além da simples busca por títulos. A CBF pretende, com sua chegada, implementar uma reconstrução da identidade do futebol brasileiro, combinando a tradição ofensiva da Seleção com um modelo de jogo mais disciplinado, eficiente e competitivo no cenário internacional.
Internamente, o técnico contará com uma comissão técnica mista, composta por profissionais brasileiros e europeus, com o objetivo de unificar metodologias e acelerar o processo de adaptação mútua. Outro fator que pode favorecer o início do trabalho de Ancelotti na Seleção é a relação de proximidade que ele mantém com jogadores brasileiros que atuaram sob seu comando no Real Madrid, como Vinicius Jr., Rodrygo e Éder Militão. A presença desses atletas no grupo oferece referências de liderança e contribui para estabelecer um ambiente de confiança com o novo treinador.

Comprometimento e presença física no país
Diferentemente de outros técnicos estrangeiros que optaram por morar fora do país durante seus contratos, Ancelotti fez questão de fixar residência no Rio de Janeiro. A decisão foi interpretada como um gesto de comprometimento com o projeto e com o futebol brasileiro. Fontes da CBF indicam que o treinador terá presença constante nos estádios nacionais, acompanhando de perto jogos do Brasileirão e da Copa do Brasil.
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Segundo membros da nova gestão da CBF, liderada por Samir Xaud, a contratação dele representa não apenas uma tentativa de conquistar novamente a Copa do Mundo, mas também um esforço institucional de recuperar a credibilidade do futebol nacional, abalada por recentes instabilidades administrativas e resultados abaixo das expectativas em competições internacionais.
Novo ciclo começa com esperança e pressão
Ancelotti assume uma Seleção que não conquista uma Copa do Mundo desde 2002 e que viu rivais sul-americanos, como a Argentina, se destacarem recentemente. O técnico chega com status de estrela internacional, mas também com a responsabilidade de devolver ao Brasil o protagonismo perdido nos grandes palcos do futebol.
O primeiro passo será observado com lupa: a convocação desta segunda-feira definirá o tom inicial da era Ancelotti. Nomes consagrados, jovens em ascensão e atletas em busca de afirmação estarão no radar do novo comandante, que deve imprimir um estilo pragmático, focado em resultados, mas sem abrir mão da essência criativa que sempre caracterizou o futebol brasileiro.
Com sua chegada oficializada, inicia-se um novo capítulo para a Seleção Brasileira, sob o olhar atento da mídia internacional, da torcida e de toda a comunidade esportiva. Um capítulo que começa com promessas, expectativas e a esperança de, enfim, retornar ao topo do futebol mundial.