Um recente avanço histórico na medicina reprodutiva está chamando a atenção no Reino Unido: o nascimento de bebês com DNA de três pessoas duas mulheres e um homem livres de doenças genéticas graves. A técnica inovadora foi criada por cientistas britânicos como alternativa para impedir a transmissão de enfermidades mitocondriais, que podem ser fatais.
Entenda mais sobre o método
Este método está baseado na substituição do material genético defeituoso da mitocôndria da mãe por mitocôndrias saudáveis de uma doadora. Como as mitocôndrias têm seu próprio DNA diferente do DNA nuclear, que determina traços como cor dos olhos e altura, o bebê acaba herdando uma pequena fração do DNA da outra doadora, além do material genético dos pais biológicos. Por isso, popularmente, fala-se em bebês com “três pais”.
A técnica é denominada “terapia de substituição mitocondrial” e foi aprovada no Reino Unido em 2015, após anos de debate ético e científico. Desde então, vários casos foram acompanhados sob rígido controle, e os primeiros bebês nascidos sem a doença herdada da mãe representam um marco para a ciência.

“A técnica é legalizada no país há uma década, mas agora temos a primeira evidência de que está levando ao nascimento de crianças livres de doenças mitocondriais incuráveis.”
Debate sobre bebês com DNA de três pais
Apesar do sucesso, o método é considerado complexo e caro. Além disso, levanta discussões éticas importantes sobre os limites da modificação genética em humanos.
Especialistas afirmam que a terapia não é uma forma de “engenharia genética” no sentido tradicional, pois não altera as características do bebê, mas sim previne doenças graves. Para muitas famílias, é uma esperança real de gerar filhos saudáveis sem o peso das doenças hereditárias que marcaram gerações.
O nascimento desses bebês saudáveis marca o início de uma nova era na medicina, onde a ciência genética pode, literalmente, mudar destinos.