A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu, nesta quarta-feira (16), que a venda de medicamentos como Ozempic, Wegovy, Saxenda e Mounjaro, que são popularmente chamados de “canetas emagrecedoras“, passará a exigir a retenção da receita médica.
A medida, que entrará em vigor 60 dias após a publicação no Diário Oficial da União (DOU), foi tomada por unanimidade e visa controlar o uso indiscriminado desses medicamentos, que prometem perda de peso significativa, mas que também apresentam riscos à saúde.
Atualmente, a venda desses medicamentos de tarja vermelha exige apenas a apresentação da receita, mas a prática tem sido negligenciada, permitindo a compra sem o documento. A decisão da Anvisa foi motivada por uma carta do Conselho Federal de Medicina (CFM), que alertava para a necessidade de maior controle na prescrição desses medicamentos.
Os diretores da Anvisa destacaram a importância de proteger a população do uso abusivo desses produtos, que foram originalmente desenvolvidos para o tratamento de diabetes, mas que também são utilizados para a obesidade.
Preocupação com o uso abusivo
A retenção da receita impede o acesso por pessoas sem indicação médica, o que permite um controle maior na venda desses medicamentos. A preocupação da Anvisa se justifica pelos dados de notificações de casos adversos no Brasil, que chegam a 32%, mais que o triplo da média global de 10%.
O uso indiscriminado das “canetas emagrecedoras” pode trazer riscos à saúde, como efeitos colaterais gastrointestinais, pancreatite e até mesmo o reganho de peso e o desenvolvimento de comportamentos compulsivos.
A medida da Anvisa busca garantir que esses medicamentos sejam utilizados de forma segura e responsável, apenas por pacientes com indicação médica e sob acompanhamento profissional.
Obesidade
A obesidade é um desafio de saúde global, afetando mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo. No Brasil, 56% dos adultos sofrem com obesidade ou sobrepeso. A doença é multifatorial, envolvendo questões genéticas, sociais, culturais, econômicas e ambientais, e está associada a complicações como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e doença hepática gordurosa não alcoólica.
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As “canetas emagrecedoras” representam uma opção de tratamento para a obesidade, com estudos mostrando que a perda de peso com esses medicamentos se aproxima daquela alcançada com a cirurgia bariátrica. No entanto, o uso desses medicamentos deve ser feito de forma consciente e responsável, sob orientação médica, para evitar riscos à saúde e garantir a eficácia do tratamento.
