Se você estava com expectativas de rever Andrew Garfield quebrando o laptop e os nossos corações na continuação de “A Rede Social”, pode tirar o cavalinho de Hollywood. Em conversa com o portal IndieWire durante o NewYork Film Festival, o ator respondeu com objetividade rara no showbusiness: ele não retorna como Eduardo Saverin.
Um “não” que gerou comoção digital
Sem drama, sem metáforas, sem a enrolação típica de “ainda estamos sob negociação”, apenas um não direto, como uma resposta por e-mail de Mark Zuckerberg. A notícia caiu como uma bomba entre os fãs do filme original de 2010, dirigido por David Fincher e escrito por Aaron Sorkin. Na produção, Garfield entregou uma atuação memorável como o cofundador do Facebook que foi traído, expulso da própria empresa e virou meme com o icônico “You better lawyer up, asshole”.
O que esperar da sequência sem o Saverin?
Com a confirmação de que Eduardo estará fora da narrativa, surgem as primeiras interrogações: para onde vai a trama de “A Rede Social 2“? Sorkin, que já deu pistas sobre desenvolver uma continuação focada do Facebook na democracia, deve manter o foco em Mark Zuckerberg e nos escândalos envolvendo a empresa — como Cambridge Analytica, a manipulação política via algoritmos e o nascimento da Meta.
Ou seja: a vibe agora é uma espécie de “Black Mirror” das redes sociais. E se Eduardo não faz parte dessa fase da história, talvez o roteiro esteja seguindo a realidade nua e crua, onde Saverin virou fantasma da tecnologia e nunca mais foi citado nas reuniões.
Garfield pulando fora — escolha artística ou indireta corporativa?
“Não, não… Eduardo está em Singapura se divertindo.”, respondeu Andrew durante pergunta sobre seu retorno ao filme, no NewYork Film Festival. Sua decisão de não participar pode ter sido pessoal, profissional ou… simbólica. O ator tem se envolvido em projetos mais autorais, como o musical sucesso da Netflix “Tick, Tick…Boom!“, de 2021, onde interpretou o compositor Jonathan Larson, e “The Eyes of Tammy Faye“, além de já ter dito em entrevistas anteriores que não precisa revisitar tudo o que fez. Mas também levanta a dúvida de quem acompanha os bastidores da indústria: será que Sorkin sequer incluiu Saverin no novo roteiro?
Se sim, seria uma escolha criativa. Se não… temos mais uma pista de que a história da criação do Facebook está sendo contada pelos vencedores — e reescrita aos poucos com nomes convenientemente apagados.
O público sentiu o golpe
Bastou cinco minutos no Twitter para notar: os fãs só não superaram. Muita gente considera a atuação de Andrew um dos pilares emocionais do primeiro filme, e sua ausência cria um vácuo que nem Zuckerberg conseguiria preencher com dados.
Alguns já clamam por um spin-off somente com Eduardo nos trópicos, outros sugerem que Sorkin traga o personagem de volta nem que seja por flashback. E outros, aceitam que a sequência vai seguir o ritmo do Facebook real: cada vez mais focado em si mesmo — e menos sobre os amigos que ajudaram a construí-lo.
A Rede Social 2 ainda está em produção, e o não comparecimento de Andrew Garfield já provocou um silêncio ensurdecedor. Em um filme sobre conexões que se rompem, talvez a mais sentida seja justamente essa. E, no fim, ficamos com saudades daquele garoto brasileiro traído com classe — e um processo na manga do paletó.