Adriane Galisteu voltou a tocar em um tema delicado: sua relação com a família de Ayrton Senna. No episódio mais recente da segunda temporada da série documental “Barras Invisíveis“, exibida pelo Universal+, a apresentadora abriu o coração sobre o sentimento de exclusão em projetos que homenageiam o ex-namorado e comentou os possíveis motivos do distanciamento com os parentes do piloto.
A apresentadora, que manteve um relacionamento com o piloto até sua morte em 1994, comentou sobre o incômodo que provocava nos familiares de Senna e sobre o distanciamento imposto tanto durante quanto após a relação. Mesmo diante de críticas e exclusões, ela reforça que seu papel na trajetória do ex-namorado é legítimo e merece ser reconhecido.
Depoimento de Adriane Galisteu
No episódio, Galisteu conta que Senna passou por transformações em sua maneira de agir durante o relacionamento, algo que, segundo ela, teria causado desconforto dentro de sua família. Ela conta que, nos momentos em que o reencontravam, ele estava diferente do padrão a que estavam acostumados — mais relaxado, com barba por fazer e cabelos maiores. Para a apresentadora, esse contraste entre o Ayrton conhecido pela família e o homem que ela viveu ao lado gerou incômodo.
“Sofro um apagamento não é de agora, é da vida inteira. Mas eles não vão conseguir me apagar. Podem contar uma história muito diferente da que vivi, mas estou viva para contar a minha versão. Quem viveu com o Senna 24h, dormiu, acordou, se divertiu, chorou, fomos eu e ele. Podem fazer o que quiser. Vou continuar sendo indigesta e está tudo bem”, disse Adriane.
Ela também reforçou a necessidade de manter viva a memória de Senna para além das pistas. Para Adriane, é essencial lembrar não apenas o tricampeão mundial, mas também o ser humano por trás do capacete. Segundo ela, “Senna era engraçado, simples. Ele era melhor ainda fora das pistas. Era também ciumento, ariano, briguento“.
Como tudo começou

Galisteu conheceu Ayrton Senna em março de 1993, logo após o piloto conquistar a vitória no Grande Prêmio de São Paulo. Ela era uma jovem modelo de 19 anos, segurava um guarda-sol no autódromo de Interlagos, quando percebeu o olhar do piloto mais famoso do Brasil voltado para ela. A aproximação foi discreta, mas intensa. Poucos dias depois, ele foi até a agência em que ela trabalhava e a convidou para almoçar.
O que parecia um encontro casual virou uma relação cheia de afeto, companheirismo e entrega. Em pouco tempo, Senna foi até a casa de Adriane para pedir permissão à mãe dela para namorá-la. O casal viveu uma relação intensa, marcada por viagens e pela convivência diária. Para pessoas próximas, o relacionamento representava uma fase mais leve e humana na vida do piloto.
Tragédia e distanciamento
O romance foi interrompido pela morte trágica de Senna em 1º de maio de 1994, durante o GP de San Marino, na Itália. Galisteu, que estava em Portugal à espera do namorado, soube do acidente à distância. No retorno ao Brasil, sentiu de forma explícita o afastamento da família do piloto.
Durante o velório, Adriane não foi tratada como companheira próxima. Seu carro entrou entre os últimos do cortejo, enquanto Xuxa, ex-namorada do piloto, foi posicionada nos primeiros veículos ao lado da família. A falta de acolhimento e o desconforto foram amplamente notados na época.
A memória que insiste em resistir

Mesmo com o passar dos anos, Galisteu afirma que sua história com Senna ainda é alvo de tentativas de esquecimento por parte da família. Para ela, a imagem do casal incomoda por representar um lado do piloto que não se encaixa na versão oficial construída após sua morte.
Ainda assim, ela reforça seu direito de manter viva a memória do relacionamento. Ao revisitar o passado no documentário, busca reafirmar seu papel na vida do piloto e preservar a intimidade de momentos que, para ela, marcaram profundamente quem Ayrton Senna era longe das pistas.