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Em conferência na Indonésia, Lula compara traficantes a vítimas de usuários de drogas

Lula afirmou em suas redes sociais que errou na fala, destacando algumas ações para a redução do crime organizado no Brasil

Nesta sexta-feira (24), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou em uma coletiva de imprensa realizada em Jacarta, na Indonésia, que traficantes são vítimas dos usuários de droga, e que o enfrentamento ao tráfico de drogas, para Brasil e Estados Unidos, seria mais fácil o “combate a viciados” do que o combate a facções e cartéis. A fala se dá em um contexto de combate americano a cartéis de drogas na Venezuela e um aumento de territórios dominados pelo crime organizado no Brasil. Após a repercussão negativa, Lula se desculpou por seu discurso em suas redes sociais.

Embarcações americanas na Venezuela e reação de Lula

A movimentação militar dos Estados Unidos na região do Caribe tem gerado preocupações diplomáticas. A presença de embarcações de guerra americanas, incluindo destróieres e um porta-aviões, intensificou-se nas últimas semanas como parte de uma operação de combate ao narcotráfico. Segundo autoridades norte-americanas, os navios têm como objetivo interceptar embarcações que transportam drogas da Venezuela para países da América Central e do Norte.

Com tropas americanas afundando barcos venezuelanos que supostamente estariam levando drogas da Venezuela para os Estados Unidos e o envio de um grande porta-aviões para o Caribe. Lula criticou a atuação dos EUA no combate a cartéis em territórios de outros países ao redor da Venezuela e afirmou que discutiria essa questão em uma possível reunião com Donald Trump.

Desafio interno com o tráfico de drogas no Brasil

A fala do presidente Lula vem em um contexto de uma séria problemática envolvendo o crime organizado. De acordo com o estudo “Governança Criminal na América Latina: Prevalência e Correlações”, 26% da população brasileira vive em bairros dominados por facções criminosas, a maior porcentagem entre os países da América Latina. A fala foi repercutida negativamente entre os setores da sociedade, o que culminou com o pedido de desculpas do presidente Lula. As facções criminosas operam nas 27 unidades da federação.

Diante desse cenário, o Ministério da Justiça enviou à Casa Civil um projeto de lei chamado “PL Anti Facção”, que prevê a criação de um banco nacional de dados de facções criminosas, que abrangeria todos os grupos e integrantes.