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A coragem de ser Ângela Diniz: Marjorie Estiano encara personagem que rompe tabus

Marjorie Estiano interpreta Ângela Diniz na nova série da HBO Max e fala sobre o desafio de viver uma mulher livre, sensual e vítima de um crime que marcou o Brasil

A atriz Marjorie Estiano está prestes a estrear em um dos papéis mais intensos de sua trajetória: Ângela Diniz. A nova minissérie da HBO Brasil, prevista para novembro, revive o caso que marcou o país nos anos 1970 — o assassinato da socialite mineira por Doca Street — e reabre discussões sobre liberdade feminina, julgamento moral e violência de gênero.

Um novo olhar sobre a mulher brasileira

Conhecida por personagens de perfil contido e introspectivo, Marjorie encara, agora, uma figura que se destaca pela autenticidade e pela ousadia. A atriz revelou que o papel representa uma libertação artística e pessoal, já que, pela primeira vez, interpreta uma mulher que vive intensamente, sem pedir licença para existir. “Ângela era múltipla: amava, errava, se divertia e sofria, mas nunca deixou de ser dona de si”, destacou em entrevista recente.

Ângela além da vítima

A produção dirigida por Andrucha Waddington busca retratar Ângela Diniz para além do crime que a imortalizou. A proposta é mostrar uma mulher à frente do seu tempo, que desafiava as regras sociais e se recusava a ser controlada. O roteiro combina drama psicológico, crítica social e um olhar feminino sobre desejo e autonomia.

Cartaz da série Ângela Diniz: Assassinada e Condenada, produção original da HBO. A imagem mostra a atriz Marjorie Estiano deitada, com o rosto voltado para a câmera e o cabelo espalhado. No canto direito, aparecem os dizeres: “Baseada em um crime real”, “Nova série – 13 de novembro”, e os logotipos da HBO e HBO Max. O fundo tem tons escuros e azulados, transmitindo um clima de mistério e intensidade.
Cartaz da série “Ângela Diniz: Assassinada e Condenada” da HBO Max. (Foto: divulgação/@hbomax)

Marjorie ressalta que a sensualidade da personagem não está nas cenas explícitas, mas na presença que Ângela impunha. “O erotismo está na forma como ela ocupava o mundo, não apenas no que fazia entre quatro paredes”, afirmou.

Arte e denúncia caminham juntas

O caso de Ângela Diniz continua relevante quase meio século depois. O argumento usado por seu assassino, a chamada “legítima defesa da honra”, só foi derrubado oficialmente pelo Supremo Tribunal Federal em 2023. Para Marjorie, essa coincidência torna o projeto ainda mais urgente, pois, apesar de ser uma história “antiga”, ainda reflete o presente.

Um papel que marca a carreira

Aos 43 anos, Marjorie Estiano atravessa uma fase de plena maturidade artística e pessoal. Em “Ângela Diniz: Assassinada e Condenada”, ela parece unir duas dimensões que raramente convivem de forma tão intensa: a força de uma mulher que enfrenta o mundo e a vulnerabilidade de quem não teme se expor.

Com essa atuação, a atriz reafirma sua versatilidade em um projeto que promete ser um dos mais marcantes do ano. A série resgata uma história real que ultrapassa o limite do crime e se transforma em um retrato das lutas femininas que ainda ressoam na sociedade contemporânea.