Neste domingo (19), Rodrigo Paz foi eleito o novo presidente da Bolívia, com 54% dos votos válidos. Rodrigo é senador no país e venceu o ex-mandatário Jorge Quiroga. A eleição do novo presidente marcou o fim de uma sequência de 20 anos de governos de esquerda na Bolívia.
Perfil político de Rodrigo Paz
O novo presidente eleito na Bolívia é um político de centro-direita, filiado ao Partido Democrata Cristão. Desde 2020, Rodrigo é senador da Bolívia pela província de Tarija. Uma das principais ideias de Paz é um “capitalismo para todos”, que indica um declarado alinhamento ideológico com países capitalistas, promovendo uma ruptura com as ideias que governaram a Bolívia desde 2005.

Entre as principais promessas de campanha do novo presidente, destacam-se: avanço no processo de adesão da Bolívia ao Mercosul; crédito com fundos de outros países para reduzir o grave déficit financeiro do país; e a paralisação da operação de empresas estatais deficitárias, para corte de gastos. Paz também promete incentivar o setor privado do país com objetivo de atrair investimento estrangeiro.
Situação atual da Bolívia
A Bolívia enfrenta a pior crise econômica em 4 décadas, com um grande déficit fiscal, atingindo 8% do PIB do país, e uma inflação permanente, o que desgastou a situação do Movimento ao Socialismo (MAS), partido que comanda o país desde 2005. A crise também impacta os trabalhos formais no país, com 80% da força de trabalho da Bolívia na informalidade, de acordo com o governo boliviano. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a Bolívia é o país com mais trabalho informal no mundo. Esse cenário ocorre em função da escassez de empregos formais e da falta de oportunidades.
Uma das principais pautas de mudança no programa de Rodrigo Paz, o setor público boliviano enfrenta sérias dificuldades. Diversas empresas estatais operam com prejuízos acumulados, exigindo aportes constantes do Tesouro Nacional para manter suas atividades. O país também sofreu uma queda em suas reservas internacionais nos últimos 10 anos, de 14 bilhões, em 2014, para 2 bilhões, em 2025.

