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Moda Regenerativa e os novos jeitos de pensar na sustentabilidade do mundo fashion

Evento da Trama Afetiva oferece oficina em São Paulo para explicar o tema "Moda Regenerativa"

Com a COP 30 (Conferência das Partes) chegando, evento que busca discutir medidas internacionais para solucionar a crise climática, é necessário relembrar o papel da moda neste processo e pensar em maneiras de tornar o mundo fashion mais sustentável. Vinda do termo “regenerar” que significa “produzir novamente” ou “dar nova vida”, o termo “Moda Regenerativa” se refere ao esforço de reverter danos ambientais e criar processos que regenerem o planeta.

Essa preocupação se deve porque a indústria da moda é a segunda mais poluente do mundo, responsável por 2% a 8% das emissões globais de carbono. Dentre os problemas principais estão poluições, alto consumo de água, geração de lixo e condições precárias de trabalho.

Diferentes materiais impactam de diferentes maneiras, como o algodão, por exemplo, que além de consumir altos níveis de água e utilizar pesticidas na plantação, acaba contaminando o solo e lençóis freáticos. Já o poliéster é feito de petróleo (o que contribui para a liberação de CO2 na atmosfera com sua extração), libera microplásticos e é de difícil decomposição. Outro material é a viscose, que contribui para o desmatamento e utiliza substâncias químicas tóxicas na produção.

Moda Regenerativa
Loja de tecidos. (Foto: reprodução/Freepik)

Outros dados alarmantes, segundo o site The Why Store, são:

“2.720 L é o gasto médio de água para produzir uma camiseta, mesma quantidade que costumamos beber em 3 anos (Fashion Revolution); 11MI T de tecidos e roupas são descartados só nos EUA todos os anos (Relatório Socioambiental – Insecta); 45 T de resíduo têxtil são coletadas por dia na região do Brás (Relatório Socioambiental – Insecta); Menos de 1% dos materiais das roupas coletadas para fim de ciclo são realmente reciclados (Relatório Socioambiental – Insecta).”

Estes dados alarmantes mostram a urgência desse problema e o quanto a moda pode estar atrelada diretamente à crise climática global que o mundo está vivendo.

Alternativas sustentáveis para o mundo fashion

Diante desse cenário, surgem diversas alternativas voltadas à transformação do setor da moda. Entre elas estão a moda circular, que estimula o reaproveitamento de roupas e materiais; o upcycling, que cria novas peças a partir de tecidos descartados; o uso de fibras naturais e orgânicas, que reduzem o impacto ambiental; e o incentivo ao consumo consciente, que valoriza produtos duráveis e de origem ética.

A imagem é uma ilustração colorida que representa o conceito de sustentabilidade na moda. No centro, há uma camiseta verde com o símbolo universal da reciclagem. Ao redor dela, aparecem duas pessoas: uma à esquerda segurando um vaso com uma planta e outra à direita com uma bolsa reutilizável e um balão de pensamento com o planeta Terra. O cenário tem várias plantas e elementos naturais, além de ramos decorativos que formam uma moldura. A imagem transmite a ideia de consumo consciente, cuidado com o meio ambiente e valorização de práticas ecológicas na indústria da moda.
(Ilustração: reprodução/Freepik)

Para cada um fazer sua parte quanto ao problema, é necessário refletir sobre seus hábitos de consumo; entender os impactos das roupas no meio ambiente; preferir marcas com matérias-primas sustentáveis; comprar roupas usadas em brechós e descartar roupas de forma correta.

Evento em São Paulo: Moda Regenerativa e o futuro sustentável

A Trama Afetiva está organizando uma oficina de moda regenerativa, de 28 a 31 de outubro, no Espaço Cultural Pública, localizado na Galeria Metrópole, em São Paulo. Segundo Jackson Araujo, idealizador do evento, é essencial trazer a moda para o centro das discussões da COP30, pois se vestir é também um ato político, ambiental e social.

“A moda está entre as indústrias que mais impactam o planeta, mas também é uma poderosa ferramenta de regeneração, comunicação e transformação cultural.”

Serão 15 participantes selecionados para cinco dias de oficinas criativas e práticas colaborativas, com ajuda de custo individual. As inscrições são abertas a estudantes e profissionais interessados nos processos de criação em design e moda, sob o viés da circularidade e regeneração.

Durante o processo imersivo, os participantes irão desenvolver peças autorais a partir da ressignificação de resíduos têxteis, especialmente náilons de guarda-chuvas descartados, a principal matéria-prima da plataforma.

Os resultados serão apresentados no Brasil Eco Fashion Week 2025, com exposição e desfile, além do lançamento do livro TRAMA AFETIVA: Costuras para Futuros Possíveis.

Data: 28 a 31 de outubro

Local: Espaço Cultural Pública – Av. São Luis, 187, Galeria Metrópole, República, São Paulo.

Inscrições: via formulário