Um diagnóstico precoce
Ainda criança, Haonê Thinar viu sua vida mudar drasticamente ao receber o diagnóstico de um tumor ósseo agressivo. Com apenas oito anos, a atriz, que hoje interpreta Pam na novela “Dona de Mim“, foi informada que precisaria enfrentar um tratamento difícil e tomar uma decisão que influenciaria todo o seu futuro. Os médicos apresentaram alternativas, mas nenhuma delas era simples: preservar a perna traria sérias sequelas, enquanto a amputação oferecia a chance de continuar saudável.
Coragem para escolher
Com apenas nove anos, Haonê tomou a decisão mais dura de sua vida: optou pela amputação da perna. Ela relembra que não se sentiu forçada, mas, sim, protagonista do processo, entendendo que perder o membro significava ganhar qualidade de vida. A escolha precoce exigiu maturidade incomum para uma criança, mas, segundo a atriz, foi o que lhe deu forças para seguir em frente sem se prender ao sofrimento.
Desafios além da saúde
A amputação trouxe consequências que ultrapassaram o âmbito médico. Durante a adolescência, Haonê enfrentou episódios de bullying na escola. Esse período, embora doloroso, também foi formador: a atriz afirma que foi ali que desenvolveu resiliência e autoconfiança, aprendendo a se aceitar e a transformar as dificuldades em combustível para seus sonhos.
Representatividade em cena
Hoje, aos 33 anos, Haonê celebra sua estreia em novelas na TV aberta. Em “Dona de Mim“, ela dá vida a Pam, personagem cuja trajetória não gira em torno da deficiência física, mas de vivências comuns a qualquer pessoa: relacionamentos, frustrações, conquistas e alegrias. Para a atriz, essa abordagem é fundamental para quebrar estereótipos e mostrar que pessoas com deficiência não precisam ser vistas apenas por suas limitações.
Inspiração para outras histórias
Sua presença na televisão tem inspirado crianças e jovens que enfrentam condições semelhantes. Haonê conta que recebe mensagens de quem encontra nela uma referência de força e superação. Ela também revela que, por muito tempo, rejeitou o uso de prótese porque sentia que isso escondia sua verdadeira identidade. Hoje, encara sua escolha de infância como a decisão mais acertada de sua vida.