Em campo, a temporada dos sonhos do Botafogo, fora dele, uma dívida 4 vezes maior em relação a 2023. Na última sexta-feira (8), o time divulgou o seu balanço financeiro de 2024. O clube carioca bateu recorde na receita, com R$720 milhões, valor impulsionado pelos títulos da Libertadores e do Brasileirão. Apesar das conquistas, o clube teve um aumento da sua dívida em quatro vezes, saindo de 226 milhões de reais em 2023 para 884 mil em 2024, com prejuízo financeiro no balanço.
O cenário não é específico do time alvinegro, outros 10 clubes que possuem o modelo de Sociedade Anônima de Futebol (SAF) registram prejuízo em 2024. Dentre os que tem a maior dívida líquida no futebol brasileiro, o Botafogo ficou atrás de: Corinthians-SP, Atlético Mineiro, Cruzeiro-MG e Vasco-RJ. Entre os 5 times mais endividados, apenas o clube paulista não possui um modelo de SAF.

Imbróglio da SAF do Botafogo
De acordo com o balanço, a dívida da SAF botafoguense superou a do associativo, grande responsável pelo clube carioca virar uma sociedade anônima em 2022. Apesar do valor alto, a dívida se deve, em grande parte, ao time montado, que venceu os dois principais torneios do ano em 2024, o Campeonato Brasileiro e a Copa Libertadores da América. A SAF também possui R$ 200 milhões em dívidas com o Governo Federal e com bancos.
A SAF do time vai além dos números expressivos no campo. Desde o início de 2025, o controle da gestão é alvo de disputa entre John Textor, acionista principal, e a Eagle Football, grupo em que o americano ainda é o proprietário e possui controle da SAF de alguns clubes pelo mundo. A briga envolve acusações de manobras financeiras sem aprovação dos sócios, como a transferência de dívidas para empresas offshore e a emissão de títulos sem respaldo.
A Justiça já determinou bloqueios de mudanças societárias e suspendeu decisões unilaterais, mas liminares mantêm Textor à frente da operação do Botafogo. A Eagle Holding e o acionário brigam na justiça pela Saf botafoguense, que deve passar por processo de recompra.
Crise em um dos principais times da Eagle
O Lyon, clube francês controlado pela Eagle Football, passa por uma grave crise financeira e quase foi rebaixado no Campeonato Francês pelas dívidas, o que ocasionou na saída de John Textor do comando do clube. A situação do Lyon também preocupa o Botafogo internamente.
Apesar do Imbróglio extracampo, o Glorioso é o único clube brasileiro vivo nas três principais competições do calendário (Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil e Copa Libertadores). O clube, sob o comando do técnico Davide Ancelotti, busca se recuperar após um início de ano ruim do clube, onde perdeu a Supercopa do Brasil, a Recopa Sul-Americana, foi eliminado na primeira fase do Campeonato Carioca e nas oitavas de final do Campeonato Mundial.