Após uma campanha consistente e dominante no fundamento defensivo, a central Júlia Kudiess foi escolhida para integrar a seleção ideal da Liga das Nações Feminina de Vôlei (VNL) 2025. Com 63 pontos marcados apenas com bloqueios e uma média superior a um por set, ela termina o torneio como a principal referência no fundamento.
Desempenho técnico e números expressivos
A jogadora brasileira foi a maior pontuadora no bloqueio da edição 2025 da VNL, superando concorrentes de alto nível, como a polonesa Agnieszka Kakolewska-Korneluk, que ficou com 45 pontos no mesmo fundamento. A média de 1,29 bloqueios por set, alcançada por Júlia, não apenas assegurou a liderança da estatística, como também igualou uma das marcas históricas do torneio.
Júlia manteve seu desempenho em alto nível desde a fase de grupos até os jogos finais, sendo uma das principais peças do sistema defensivo da Seleção Brasileira. Combinando leitura de jogo e impulsão precisa, ela se consolidou como um dos grandes nomes do torneio, tanto em eficiência quanto em impacto coletivo.

Retorno triunfante após grave lesão
A conquista individual se torna ainda mais relevante ao considerar o contexto de recuperação da atleta. Em maio de 2024, Júlia Kudiess passou por uma lesão grave no joelho direito, que a afastou da VNL do ano passado e a tirou dos Jogos Olímpicos de Paris. O processo de reabilitação durou cerca de oito meses, culminando em seu retorno no início de 2025.

Após voltar a atuar pelo Minas Tênis Clube, ela foi chamada de volta à seleção por José Roberto Guimarães, em maio deste ano. Sua reestreia pela equipe nacional aconteceu justamente no Maracanãzinho — o mesmo palco onde sofreu a lesão —, em partida contra a República Tcheca. Em uma narrativa de redenção, a atleta brilhou desde os primeiros jogos da campanha brasileira.
Contribuição decisiva para o desempenho coletivo
A presença de Júlia foi fundamental para a estabilidade da linha de bloqueio da Seleção, especialmente contra Seleções fortes no ataque, como Sérvia, Japão e Estados Unidos. Mesmo sendo poupada em uma das rodadas por precaução médica, ela retornou ao time e manteve a consistência, fechando a competição com 63 bloqueios no total — 50 deles só na fase classificatória.
Além de liderar o ranking geral de bloqueios, Júlia superou nomes tradicionais, como Brayelin Martínez (República Dominicana) e Hena Kurtagić (Sérvia), reforçando sua ascensão no cenário internacional como uma das centrais mais eficientes da atualidade.
A presença na Seleção neste torneio marca mais que um retorno: consolida Júlia como uma das referências da nova geração do vôlei feminino brasileiro. A eficiência técnica e a capacidade de superar adversidades reforçam sua importância estratégica para o futuro da equipe rumo a grandes objetivos, como o Mundial e os Jogos de Los Angeles 2028.