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Carlo Ancelotti é condenado por fraude fiscal em 2014, mas não deve ser preso

Acusado de sonegação fiscal enquanto era técnico do Real Madrid, Carlo Ancelotti é condenado a um ano de prisão em Madrid

O técnico da Seleção Brasileira, Carlo Ancelotti, foi condenado nesta quarta-feira (9) a um ano de prisão pela Justiça da Espanha por fraude fiscal referente ao ano de 2014, quando comandava o Real Madrid. A sentença, proferida pela Seção 30 da Audiência Provincial de Madri, também prevê o pagamento de uma multa no valor de € 386.361 (cerca de R$ 2,47 milhões), equivalente ao montante não declarado ao fisco espanhol. Apesar da condenação, o treinador italiano não deve cumprir pena em regime fechado, conforme previsto pela legislação do país.

Entenda o caso e os fundamentos da sentença

A acusação contra Ancelotti diz respeito ao não pagamento de tributos relacionados a seus direitos de imagem em 2014. Segundo o Ministério Público espanhol, o treinador teria omitido rendimentos provenientes de contratos de marketing, repassando valores a empresas no exterior com o objetivo de evitar o pagamento de impostos na Espanha.

O processo, iniciado anos atrás, teve desdobramentos importantes em 2025, quando Ancelotti prestou depoimento e negou qualquer intenção de sonegação. Ele declarou que sempre agiu com base na orientação de seus representantes legais e fiscais, bem como sob acompanhamento do Real Madrid na época.

Carlo Ancelotti é condenado por fraude fiscal em 2014, mas não deve ser preso
Carlo Ancelotti ficou a frente do Real Madrid por 6 anos. (Foto: reprodução/Instagram/@mrancelotti)

Por que Ancelotti não será preso de imediato

Mesmo com a condenação, Carlo Ancelotti permanecerá em liberdade. De acordo com a legislação penal espanhola, penas inferiores a dois anos por crimes não violentos, como o de fraude tributária, podem ser substituídas por medidas alternativas, especialmente quando se trata de réus primários. A defesa do técnico, inclusive, já manifestou intenção de recorrer da decisão — o que suspende, na prática, qualquer cumprimento da pena até o trânsito em julgado.

Além disso, segundo os advogados, a dívida fiscal já havia sido quitada anteriormente, o que pode funcionar como atenuante para revisão da pena em instâncias superiores.

Posicionamento da CBF e cenário na Seleção Brasileira

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) informou, por meio de nota, que acompanha o processo por meio do staff pessoal do treinador e reforçou que, até o momento, a situação jurídica não interfere no comando da Seleção. Ancelotti permanece normalmente no cargo e deve seguir à frente da equipe nas próximas datas Fifa e na preparação para a Copa do Mundo de 2026.

Fontes próximas à entidade consideram que, juridicamente, não há qualquer impedimento para a continuidade do técnico no posto — ao menos enquanto a condenação estiver em fase de recurso.

Implicações para imagem e calendário da Seleção

A sentença surge num momento delicado para a Seleção Brasileira, que se prepara para o fechamento do ciclo das Eliminatórias Sul-Americanas e para o início das convocações prévias visando a Copa do Mundo. Embora o impacto prático da decisão seja, por ora, limitado, a condenação de um técnico em exercício por crime fiscal em outro país pode gerar repercussões institucionais e midiáticas.

Condenado por fraude fiscal na Espanha, Carlo Ancelotti não deverá ser preso graças às prerrogativas legais que beneficiam réus primários em casos de crimes não violentos. A multa milionária e a sentença de um ano de prisão, contudo, colocam o nome do técnico no centro de um debate ético e jurídico que pode se arrastar por meses. Entretanto, ele segue exercendo normalmente seu comando à frente da Seleção Brasileira, preparando o time para os próximos desafios rumo à Copa do Mundo de 2026.