A tecnologia certamente nos abriu um vasto leque de possibilidades, no entanto, seu avanço acelerado também trouxe efeitos negativos, especialmente com o surgimento das inteligências artificiais, como o ChatGPT, que geraram novas preocupações e desafios.
É consenso que as IAs estão cada vez mais presentes no cotidiano, ocupando espaços significativos na vida das pessoas e tornando-se difíceis de serem ignoradas. Sua praticidade e a rapidez na produção de conteúdo são especialmente atrativas para a nova geração.

Contudo, esse uso constante tem gerado impactos preocupantes, sobretudo entre os jovens, que acabam sendo os mais afetados por um desempenho acadêmico inferior, especialmente em tarefas como a produção de textos e redações, devido à dependência de ferramentas como a ChatGPT OpenAI.
Está nas pesquisas
Um estudo apresentado pelo site TecMundo, realizado pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, investigou o impacto do uso de ferramentas digitais na linguagem, comunicação e aprendizado. A pesquisa foi conduzida com três grupos distintos: o primeiro deveria escrever uma redação sem utilizar qualquer tipo de tecnologia; o segundo teve acesso a ferramentas como o Google; e o terceiro pôde contar com o auxílio completo do ChatGPT.
O objetivo central do estudo foi avaliar como a cognição humana é afetada em cada um desses contextos. Os resultados mostraram que o grupo que utilizou a IA apresentou uma produção textual menos humanizada e com menor engajamento crítico e originalidade nas ideias.
Já o grupo que usou o Google demonstrou esforço em reunir informações, mas ainda manteve certa autonomia na construção do pensamento. Por fim, o grupo sem acesso à tecnologia, embora tenha tido maior dificuldade com aspectos técnicos da redação, apresentou níveis mais altos de reflexão e criatividade.

Esses dados apontam para uma questão essencial: a tecnologia pode ser uma aliada poderosa, mas seu uso indiscriminado pode comprometer habilidades fundamentais, como o pensamento crítico, a autonomia intelectual e a capacidade de resolver problemas de forma independente. Assim, o desafio atual não é apenas incorporar as novas ferramentas como o ChatGPT ao cotidiano, mas aprender a utilizá-las com consciência e equilíbrio.
As tecnologias como o ChatGpt no ensino
O uso de tecnologias em sala de aula tem ganhado cada vez mais espaço, inclusive com o apoio de figuras políticas influentes. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por exemplo, assinou uma ordem executiva incentivando a implementação dessas ferramentas no ambiente educacional. A proposta visava modernizar o ensino, promovendo a integração de recursos tecnológicos como forma de enriquecer o processo de aprendizagem.
E elas podem, sim, ser aliadas dos educadores ao abrirem espaço para novas formas de criação e aprendizado. No entanto, a realidade nem sempre é acompanhada desse potencial. O que se observa, com frequência, é uma crescente falta de dedicação e esforço por parte dos alunos, que acabam optando pelo caminho mais fácil e imediato.
A performance pode ser prejudicial
O imediatismo, cada vez mais presente na sociedade, tem impactado não só a educação, mas também como são feitas as tarefas no dia a dia, sempre buscando o caminho mais rápido, mesmo que isso signifique abrir mão da reflexão crítica e da autonomia.
Sem dúvida, os jovens são os mais impactados por essa nova onda de tecnologia e excesso de informação. Por estarem constantemente conectados e habituados à agilidade e à eficiência proporcionadas pelas ferramentas digitais, muitos acabam enfrentando dificuldades quando se deparam com desafios que exigem esforço, paciência e autonomia, especialmente quando não podem contar com o auxílio de inteligências artificiais.