Nesta segunda-feira (23), o Irã atacou uma base militar americana, localizada no Catar, com mísseis e drones. A base abriga forças americana e é considerada estratégica para operações no Oriente Médio. Conforme apurado pelo g1, o ataque causou danos materiais, mas não houve registro de vítimas.
A ofensiva foi uma resposta direta aos bombardeios realizados por Israel e, recentemente, pelos Estados Unidos em instalações nucleares e militares iranianas, no sábado (21). Os alvos incluíram as usinas de Natanz, Fordow e Isfahan, além de centros ligados à Guarda Revolucionária.

As ações, iniciadas em meados de junho, foram justificadas por ambos os países como uma tentativa de interromper o avanço do programa nuclear iraniano.
Segundo o governo do Irã, a resposta foi proporcional
O ataque à base militar no Catar não buscava fazer vítimas e escalar o conflito. Por isso, o ataque foi previamente notificado. Trump disse que o ataque foi muito fraco e agradeceu a Teerã por avisar da ação com antecedência.
Localizada a cerca de 30 quilômetros de Doha, a base de Al Udeid é utilizada como centro logístico e de comando nas regiões do Afeganistão, Iraque e Golfo, sendo, assim, a maior instalação militar americana no Oriente Médio.
Cidades israelenses também foram alvos do país nos últimos dias. Um dos alvos foi o hospital Soroka, em Bersheva, no sul de Israel, atingido por um projétil que deixou dezenas de feridos. O incidente levantou questionamentos internacionais sobre o respeito às normas do direito humanitário.
A atual ofensiva conta com envolvimento direto dos americanos. Donald Trump confirmou que o país participou dos ataques iniciais às instalações iranianas, usando aviões de bombardeio e munições de alta penetração. Segundo o governo americano, os ataques buscaram prevenir a construção de armas nucleares pelo governo iraniano. O presidente americano ainda afirmou que as forças armadas responderiam a qualquer retaliação “com força superior”.
Organizações internacionais, como a ONU e a União Europeia, manifestaram preocupação com a escalada do conflito e pediram contenção de todas as partes envolvidas. O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que a comunidade internacional deve atuar para evitar que o conflito se transforme em uma guerra regional de grandes proporções.
A movimentação militar também gerou impactos econômicos
O Estreito de Ormuz é a rota por onde transita cerca de 25% do petróleo exportado mundialmente. A possibilidade de um bloqueio por Teerã levou à alta nos preços do barril e aumentou a volatilidade nos mercados. Países como Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Egito criticaram o ataque à base no Catar, enquanto reforçaram pedidos por negociações.
Israel afirmou que continuará suas operações enquanto considerar que há ameaças à sua segurança nacional. O Irã, por sua vez, condiciona qualquer trégua à suspensão dos ataques e ao restabelecimento de negociações diplomáticas, inclusive no âmbito da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Nos bastidores, interlocutores árabes e europeus têm atuado como mediadores, tentando abrir canais de comunicação entre as partes. Até o momento, não há sinal concreto de cessar-fogo, e novos ataques não foram descartados por nenhum dos países.