Press ESC to close

Adeus a Francisco Cuoco: conheça a trajetória do eterno galã

Morreu nesta quinta-feira (19) o ator Francisco Cuoco, ícone da televisão brasileira. Ele é conhecido por sua elegância, voz marcante e talento versátil

O ator Francisco Cuoco, ícone da televisão brasileira, morreu nesta quinta-feira (19). Internado há cerca de 20 dias no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, o artista faleceu por uma falência múltipla dos órgãos aos 91 anos.

Seu velório aconteceu nesta sexta-feira (20), com grande comoção de fãs, amigos e colegas de profissão.

Conhecido por sua elegância, voz marcante e talento versátil, Cuoco encerra um ciclo glorioso na história das artes no Brasil.

Francisco Cuoco. (Foto: reprodução/Pinterest)
Francisco Cuoco. (Foto: reprodução/Pinterest)

Nascido em 29 de novembro de 1933, no tradicional bairro do Brás, em São Paulo, Francisco Cuoco era filho de um feirante italiano e de uma dona de casa. Teve uma infância modesta entre as barracas da feira e os sonhos alimentados pelos circos itinerantes que se instalavam próximos à sua casa.

Inicialmente interessado em Direito, Cuoco trocou o tribunal pelo teatro e se inscreveu na Escola de Arte Dramática, quando percebeu que sua verdadeira vocação era a atuação.

Estreou nos palcos em 1957, no Grande Teatro Tupi, com o mesmo entusiasmo que levaria às telas nos anos seguintes.

Francisco Cuoco marcou gerações interpretando mais de 50 personagens

Sua trajetória profissional passou por emissoras como TV Tupi, TV Rio, Excelsior e Record, até se fixar na TV Globo a partir dos anos 70.

Francisco Cuoco encantou o Brasil em novelas como “Selva de Pedra” (1972), onde interpretou Cristiano Vilhena, e “Pecado Capital” (1975), como o carismático Carlão, um taxista dividido entre honestidade e ambição.

No teatro, estrelou peças como “Três Homens Baixos” e “Deus é Química”, sempre com presença cênica imponente.

No final dos anos 90, sua versatilidade também o levou ao cinema, onde atuou em filmes como “Traição” e “Gêmeas”, reafirmando sua capacidade de interpretar personagens densos e emocionantes.

Francisco Cuoco em como Carlão em "Pecado Capital". (Foto: reprodução/Pinterest)
Francisco Cuoco em como Carlão em “Pecado Capital”. (Foto: reprodução/Pinterest)

Outro papel inesquecível foi o do misterioso Herculano Quintanilha em “O Astro” (1977), personagem que misturava charme, esperteza e um toque de misticismo. O sucesso foi tanto que Cuoco eternizou o astrólogo na memória nacional.

Fez história também como o excêntrico personagem de “O Cafona” (1971), além de brilhar em “O Semideus” (1973), “Cuca Legal” (1975) e “O Outro” (1987), onde interpretou gêmeos, um desafio em que demonstrou sua impressionante capacidade técnica e emocional.

Ao longo das décadas, mesmo já consagrado, Cuoco não deixou de se reinventar, participando de novelas mais recentes como “Passione”, “Boogie Oogie” e “Salva-se Quem Puder!”, que garantiu uma nova geração de fãs e admiração constante.

Cuoco foi agraciado com inúmeros prêmios ao longo da carreira. Recebeu o Troféu APCA por sua atuação no teatro e diversos Troféus Imprensa por suas performances memoráveis na televisão.

Em 2018, foi homenageado com o Troféu Mário Lago, reconhecimento pelo conjunto da obra. Também venceu o Festival de Brasília com o filme “Traição”, consolidando-se como ator completo e respeitado em todas as linguagens.

Fora das telas, Cuoco era um apaixonado por literatura e colecionava livros

Reservado, cultivava um humor refinado e uma gentileza que encantava colegas de profissão e admiradores.

Mesmo com a saúde fragilizada, Cuoco participou recentemente do programa “Tributo”, onde relembrou momentos emocionantes da carreira.

Sua idade não era motivo para ficar parado. Acompanhando as novidades da internet, Cuoco se aventurou no YouTube, criando um canal aos 87 anos, onde falava de arte, literatura e memória.

Canal do ator. (Vídeo: reprodução/YouTube/@franciscoCuocooficial)

Seu último papel na televisão foi na série “Os Experientes”, exibida pela Globo, onde demonstrou, mais uma vez, seu talento sensível e sua voz inconfundível.

Cuoco nos deixa, mas sua arte continua viva em nossos corações e nas imagens eternizadas na TV, no teatro e no cinema.