Isack Hadjar, piloto da Racing Bulls na Fórmula 1, tem enfrentado uma forte onda de críticas nas redes sociais após internautas perceberem que ele curtiu conteúdos considerados ofensivos, publicados por uma página no Instagram. As postagens da página, que supostamente é de humor, incluíam piadas com temas como violência doméstica, misoginia, racismo, transfobia e até pedofilia — o que gerou repúdio imediato por parte de usuários do X, antigo Twitter, que tornaram o nome do piloto um dos assuntos mais comentados do dia.
A repercussão se intensificou quando prints das curtidas de Hadjar em vídeos da página foram divulgados por fãs de automobilismo. Entre os registros, é possível ver o nome do piloto listado entre os perfis que curtiram postagens com teor discriminatório. Embora Isack Hadjar ainda não tenha se pronunciado oficialmente sobre o caso, os comentários públicos nas redes cobram explicações e responsabilização.
Quais postagens Isack Hadjar curtiu
Em capturas de tela amplamente divulgadas, nota-se que Hadjar curtiu vídeos com legendas como “When your Mom is about to beat you but your Dad comes home from work and beats her instead” (“Quando sua mãe está prestes a te bater, mas seu pai chega do trabalho e bate nela em vez disso.”).
Outro post curtido pelo atleta dizia “POV: you see someone fighting a pregnant woman so you step in to make it a fair 2v2” (Ponto de vista: você vê alguém brigando com uma mulher grávida e entra na briga para deixar justo, dois contra dois.), além de memes em que respondeu, de forma breve, a frases como “Babe if I became fat you would still love me right?”(Amor, se eu engordasse você ainda me amaria, né?).

Esses conteúdos tocaram em temas como violência doméstica, humor baseado em gestantes e body-shaming, rapidamente provocando reações negativas online.
Reações tomam conta do X
Diversos usuários usaram a rede social para expressar indignação. Comentários generalizados apontam que não há justificativa para apoiar ou interagir com conteúdos que fazem piada com grupos marginalizados. Para algumas internautas, as curtidas revelam não apenas insensibilidade, mas cumplicidade com discursos perigosos.
Uma jovem comentou que Hadjar “faz jus à cara de idiota que carrega”, enquanto outra afirmou que ele “é nojento” se esse for o tipo de humor que consome. Também foram feitas críticas sobre como esses gestos, mesmo em um simples clique, reforçam discursos misóginos e transfóbicos — especialmente graves quando partem de figuras públicas com grande visibilidade, como é o caso de um piloto envolvido na principal categoria do automobilismo.

O limite do humor e papel de figuras públicas
O caso reabriu debates sobre a responsabilidade de atletas e celebridades nas redes sociais, especialmente em tempos em que o consumo de conteúdo é altamente monitorado e amplamente divulgado. Para internautas mais críticos, Hadjar estaria sendo conivente com discursos de ódio ao interagir com uma página conhecida por promover piadas violentas e discriminatórias.
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A ausência de um posicionamento oficial até o momento também tem sido vista como um agravante. Enquanto isso, o episódio continua gerando discussões sobre como plataformas digitais, atletas e o próprio meio esportivo lidam com posicionamentos públicos — ou com a falta deles — em tempos de crescente cobrança por posicionamento social.