Nesta segunda-feira (16), o Irã solicitou a intervenção dos Estados Unidos para conseguir um cessar-fogo imediato no conflito com Israel. O Ministro das Relações Exteriores, Abbas Araghchi, fez o pedido após quatro dias de ataques, de acordo com a agência Reuters.
A tensão entre os dois países aumentou drasticamente desde sexta-feira (13), quando forças israelenses atacaram instalações nucleares em Natanz e Fordow. Em resposta, o país árabe lançou mais de 100 drones e mísseis contra o território israelense.
Até o momento, as autoridades iranianas relatam mais de 224 mortos, a maioria civis. Já em Israel, ao menos 24 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas. Moradores das duas regiões estão deixando as grandes cidades temendo novos ataques.
Irã busca mediação e sinaliza abertura para negociação nuclear
Temendo a escalada do confronto, o país recorreu a aliados regionais — Catar, Omã e Arábia Saudita — com o objetivo de pressionar os Estados Unidos a intervir.
Em sua conta oficial no X (antigo Twitter), o ministro Araghchi declarou que “basta um telefonema de Washington” para colocar um limite nas ações de Netanyahu.
Benjamin Netanyahu is a wanted war criminal. He is also a con man who has duped successive U.S. Presidents into fighting his own wars for almost three decades.
— Seyed Abbas Araghchi (@araghchi) June 16, 2025
By all indications, the purpose of Netanyahu's criminal attack on Iran—killing hundreds of innocent civilians,… pic.twitter.com/d1p6ZmSEEg
Uma reunião com mediadores, prevista para ocorrer em Omã no último domingo (15), foi cancelada, mas o governo iraniano sinalizou que está disposto a retomar as negociações nucleares caso o cessar-fogo aconteça.
EUA permanece como observador do conflito
O presidente dos EUA, Donald Trump, tem reiterado que o fim dos ataques israelenses depende da disposição do país árabe em aceitar as exigências impostas por Washington, incluindo limites mais rígidos ao seu programa nuclear.
Em entrevista a jornalistas, Trump diz que espera que haja um acordo. “Acho que é hora de um acordo e veremos o que acontece. Às vezes, eles precisam lutar, mas veremos o que acontece”, declarou.
As negociações entre iranianos e americanos, que seriam mediadas por Omã no domingo, foram canceladas após Teerã declarar que não participaria de nenhum diálogo enquanto continuasse sendo alvo de bombardeios.
Na segunda-feira (16), parlamentares iranianos sugeriram que o país pode abandonar o acordo de não proliferação nuclear. Isso pode se tornar um grande obstáculo no avanço de qualquer acordo diplomático.

Por outro lado, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu declarou que as forças israelenses “estão no caminho da vitória” e não pretende recuar. Ele orientou civis a se afastarem de áreas militares, sugerindo que novos ataques estão por vir.
O governo israelense alega que está eliminando a capacidade do Irã de desenvolver armas nucleares e que o objetivo é “garantir a segurança duradoura da região”.
Explosão em TV
A sede da TV estatal IRIB foi bombardeada nesta segunda-feira (16), segundo informações da imprensa local. O ataque, atribuído a Israel, teria ocorrido durante a transmissão ao vivo de um telejornal, obrigando a apresentadora a abandonar o estúdio tomado pela fumaça.
Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o momento exato em que o míssil atinge supostamente o prédio. Mais cedo, uma base militar em Teerã também foi alvo de bombardeios, conforme relatou a agência iraniana Fars.