A expectativa da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) de ter Carlo Ancelotti à frente da Seleção Brasileira esteve perto de se concretizar. A entidade já articulava a formação da comissão técnica que acompanharia o italiano. No entanto, os planos foram comprometidos por dois fatores decisivos: a resistência do Real Madrid em liberar o técnico antes do término do vínculo atual e a chegada de propostas altamente lucrativas de equipes da Arábia Saudita. Diante desse contexto, a CBF optou por encerrar as tratativas.
Clubes árabes entram na disputa com oferta de R$ 225 milhões anuais
A proposta brasileira previa um salário anual de cerca de €10 milhões (R$ 64 milhões), considerado expressivo na realidade do futebol sul-americano. Contudo, clubes como Al Hilal e Al Ahli entraram na disputa com ofertas na casa dos US$ 40 milhões por temporada — aproximadamente R$ 225 milhões —, valor considerado fora do alcance da CBF.
A situação foi agravada pela inflexibilidade do Real Madrid. O clube espanhol, com contrato vigente com Ancelotti até 2026, não sinalizou abertura para uma liberação antecipada sem compensação financeira. Para deixar o cargo, o técnico teria que abrir mão de aproximadamente €25 milhões brutos (R$ 135 milhões). O clube esperava que o próprio treinador iniciasse o processo de saída, algo que ele preferiu não fazer.
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Com os impasses financeiros e contratuais, a CBF viu seu planejamento ser desfeito. A entidade havia montado uma estrutura de trabalho pensando no ciclo da Copa do Mundo de 2026, incluindo nomes como Francesco Mauri e Davide Ancelotti, filho do técnico, para integrar a comissão técnica.

Jorge Jesus volta a ser cogitado para a Seleção
Com o encerramento das conversas com Ancelotti, a CBF volta a olhar para outros nomes, e Jorge Jesus surge novamente como forte candidato. O português, atualmente no Al Hilal, tem uma cláusula de rescisão considerada acessível — por volta de €2 milhões a partir de maio — e já expressou disposição em retornar ao cenário brasileiro.

Outros nomes que já estavam no radar, como Fernando Diniz e Abel Ferreira, continuam sendo analisados, mas a CBF mantém como prioridade a contratação de um técnico estrangeiro com experiência internacional e capacidade de liderar a Seleção até a Copa de 2026.
O capítulo envolvendo Ancelotti chega ao fim sem o desfecho desejado pela CBF. A entidade apostava em um nome renomado para recolocar a Seleção Brasileira no protagonismo mundial, mas agora precisará recomeçar sua busca por um comandante, enfrentando um cenário de forte concorrência e pressões cada vez maiores por resultados.